A deputada estadual Maria Mendonça (PP) reverberou, na tribuna da Assembleia Legislativa, o posicionamento da Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe (Aease), contrário aos cortes orçamentários determinados pelo Governo do Estado na Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e na Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A medida, observou Maria, “afetará negativamente a atividade agrícola sergipana que depende dessas empresas para garantir o seu bom desenvolvimento”.
Segundo uma carta pública, entregue por representantes da Aease à deputada nesta semana, as reduções orçamentárias impostas ao setor acarretaram na redução da jornada diária de trabalho dos servidores, comprometendo as ações de fomento e regulação do segmento rural. “Com a implantação do turno único, os funcionários dessas estatais ficam limitados no acompanhamento dos produtores, que deve ocorrer de forma contínua”, disse Maria, acrescentando que os servidores públicos também sofrerão uma redução de até 50% nos salários, “já defasados há cinco anos”.
Ao ponderar a relevância da agricultura como “único setor que a cada ano gera superávit para a economia sergipana”, Maria Mendonça, afirmou que os engenheiros agrônomos também vislumbram consequências na oferta regular de produtos agrícolas. Mendonça também alertou que as ações desenvolvidas pelas duas empresas têm “recursos assegurados e cronogramas de execução estabelecidos em convênios com o Governo Federal, mas as medidas anunciadas ameaçam o pleno cumprimento das metas pactuadas”.
Maria destacou que a política de desmonte das empresas públicas sergipanas tem norteado a gestão do governador Jackson Barreto. Nos perímetros irrigados administrados pela Cohidro, citou a parlamentar, os produtores “lidam com a falta de gerenciamento e condução técnica”. De igual modo, na Emdagro, há uma política de fragilização. “O serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural está comprometido pela redução drástica do seu orçamento e do seu quadro de pessoal”, observou a deputada, justificando ser ele “um instrumento estratégico para o desenvolvimento rural sustentável”.
Segundo a deputada, os cortes contrariam a Constituição do Estado de Sergipe, que “através dos seus artigos 176 e 177, assegura ao pequeno agricultor a assistência técnica de qualidade e gratuita”. As constatações da entidade de classe reforçam, para Maria, a “deficiência de planejamento da gestão que tenho combatido veementemente nesta Casa”. No entendimento da deputada, o Executivo precisa “chamar os representantes do setor para o diálogo a fim de elaborar ações efetivas de fomento e não de deterioração”.
Fonte: Assessoria Parlamentar