
O deputado Marcos Oliveira (PL) voltou a criticar a gestão do saneamento básico em Sergipe e alertou sobre os impactos da privatização de serviços essenciais como água, esgoto e saúde. Em discurso na Assembleia Legislativa de Sergipe nesta quarta-feira, 17, o parlamentar responsabilizou o governador Fábio Mitidieri (PSD) pelos problemas enfrentados pela população.
“Aquilo que apresentamos na Tribuna, nas rádios e nas ruas infelizmente tem se apresentado de forma trágica para o povo sergipano. E antes que o governador diga que a oposição está com lacração, acredito que fizemos o nosso papel de fiscalização muito antes desses problemas acontecerem. A bem da verdade, o que tem lacrado é Vossa Excelência, lacrado com o futuro e a dignidade do povo sergipano”, afirmou.
O deputado criticou a atuação da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), apontando falhas de gestão e falta de planejamento. “Quantas vezes alertamos que o problema da Deso era de gestão, infestada de indicações políticas e não de um corpo técnico. Agora vemos o povo da Grande Aracaju e do sertão sem água, refém de um sistema que transformou a água e o esgoto em objeto de exploração econômica”, disse.
Marcos Oliveira também relacionou a crise hídrica à privatização dos serviços. “O povo paga mais caro, recebe um serviço pior e ainda vê o esgoto sendo despejado in natura em rios como o Piauí e o Jacarecica. Qual é a reparação ambiental que justifica essas taxas? Isso é exploração, o povo precisava era da mão amiga do Estado e não da sua exploração”, criticou.
OSs
O parlamentar destacou ainda denúncias envolvendo organizações sociais (OSs) na saúde pública de Sergipe. “Quando se descobre que uma empresa subcontratada para o Hospital da Criança funciona como outlet de frutos do mar em São Paulo, o que fica de aparência é de que estão apenas vendendo nota. O nome disso é corrupção. Não tem outro”, declarou.
Ele defendeu a valorização dos servidores concursados, criticando o risco de demissões com a expansão do modelo de gestão por OSs. “Eu quero saber quando foi que o servidor concursado virou Satanás. Era ele que dava atendimento sem precisar pedir favor a político A ou B. Agora, a lógica que se impõe é a da indicação política e da dependência. Isso é um retrocesso”, disse.
Marcos Oliveira ainda lembrou que a oposição já havia alertado sobre os problemas decorrentes da privatização. “Alertamos antes. E quando o problema ocorre, o governador quer dizer que a culpa é da oposição que está lacrando. Mas quem escolheu dar valor econômico à água e ao esgoto foi o Governo. Quem escolheu colocar o povo para sofrer com sede e falta de dignidade foi o Governo. O povo precisa de serviços essenciais, não de exploração financeira”, concluiu.
Foto: Jadilson Simões| Agência de Notícias Alese
Por: Débora Nepomuceno Marques