O deputado estadual Iran Barbosa (PT) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã dessa quarta-feira (12), para defender a nulidade do processo em que culminou na condenação e prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT).
O parlamentar também exige uma profunda investigação sobre as conversas vazadas pelo site The Intercept, entre o coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, e o então juiz e hoje ministro da Justiça, Sergio Moro. Para garantir uma apuração isenta dos fatos denunciados, ele também requer que os dois sejam afastados de suas funções.
Ao fazer uso da tribuna, Iran enfatizou a gravidade dos fatos e avaliou a prisão do ex-presidente Lula como “injusta, ilegal e política” dentro do Estado Democrático de Direito. Em seguida, ele fez a exposição de um vídeo com trechos das conversas entre Moro e Dallagnol e disse que Lula “foi vítima de um conluio”.
“O Código de Processo Penal condena isso que nós vimos. O Deltan (Dallagnol) era uma das partes do processo, o acusador, e o juiz (Moro) agiu como aconselhador da parte. Não sou eu quem diz, mas a legislação brasileira determina que o juiz não pode operar e já por aí entendemos a necessidade pela nulidade do processo”.
Segundo o deputado o juiz atuou no processo como se fosse o órgão acusador e que “os dados extraídos da conversas dele dão evidência a isso”. “(Moro) ordena, aconselha e atua até como órgão investigador. Há uma distorção total dos papéis que devem ser preservados pelas partes que compõem o processo. Ainda que insistam em chamar Lula de ladrão, ainda que ele fosse ladrão, ele e todos nós temos direito a ter o devido processo legal e está provado que não houve! Não pode existir isso e não venham tentar dourar a pílula, falando em hackers”.
Iran disse que não vai fazer o mesmo que fizeram com o ex-presidente através de setores da imprensa. “Não entro nesse jogo de condenação dos envolvidos sem uma investigação profunda. Mas se a Polícia Federal e o Ministério Público vão investigar, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol não podem continuar em suas funções! É o mínimo para garantir que essa investigação seja isenta e precisa! Fazer pouco caso disso é ser irresponsável com o Brasil, com a nossa democracia. Esta é uma denúncia que atinge a base da República, quem tem competência que investigue e que os envolvidos sejam afastados”.
Reprodução: www.imprensa1.com
Por: Habacuque Villacorte – Rede Alese
Foto: Fotos: Jadílson Simões