Depois de assembleia da categoria nessa quinta-feira (28), os enfermeiros servidores da Prefeitura de Aracaju decidiram juntamente com o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (Seese) promover um ato público com café da manhã, no dia 15 de junho, na Unidade Saúde da Família Dona Sinhazinha, no Bairro Grageru.
A ideia é demonstrar o luto que os profissionais estão sentindo em relação à postura da prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Na ocasião, haverá panfletagem de conscientização à sociedade sobre a situação dos enfermeiros na capital sergipana, uma vez que não houve correção salarial em relação à falta de reajuste no ano passado.
Antes do ato, na próxima semana, a diretoria do Seese acompanhada de uma comissão com os enfermeiros da base irá visitar as unidades de Saúde para tentar sensibilizar os enfermeiros para participarem das atividades do sindicato e estimulá-los a participar das pré-conferências.
Durante a assembleia da categoria, realizada na sede do Seese, a presidente Shirley Morales repassou para os enfermeiros a proposta da gestão apresentada na mesa setorial da Saúde, na semana passada. Houve bastante insatisfação porque nenhuma reivindicação da pauta coletiva de 10 sindicatos foi atendida e porque o secretário de Saúde, Luciano Paz, disse que cortaria o ponto dos enfermeiros que se reunissem em assembleia em horário de trabalho. “Essa postura extremamente rígida da gestão é preocupante. A mesa setorial que tem objetivo de negociar não vem cumprindo seu papel porque as propostas chegam já sem condições de serem negociadas”, disse Shirley.
Na última reunião da Comissão Permanente de Negociação (CPN), por exemplo, quando se era esperada a apresentação da proposta da prefeitura sobre o reajuste salarial e que houvesse uma negociação na mesa, não houve nenhuma das situações, mas sim o prolongamento do prazo para os sindicatos enviarem sugestões sobre o reajuste. “Os enfermeiros estão revoltados. Houve relatos na assembleia de que nunca na história do serviço público de Aracaju aconteceu isso. O sentimento é de luto, de insatisfação, de indignação em relação à postura da prefeitura”, afirma a presidente do Seese.
Projeto de 30 horas
Os enfermeiros contaram na assembleia que trabalhadores de outras categorias relataram nas unidades que, na última reunião do Conselho Municipal de Saúde, nessa quarta-feira (27), o vereador Agamenon Sobral disse que os enfermeiros tinham um projeto de regulamentação da jornada de 30 horas de trabalho beneficiando apenas os enfermeiros, o que não é verdade. “Vamos apurar os fatos. Encaminharemos um ofício pedindo explicações sobre esses relatos que ocorreram no Conselho Municipal de Saúde”, disse Shirley, negando ainda que o projeto que está na Câmara de Vereadores sobre as 30 horas seja de autoria do vereador Agamenon.
O projeto começou durante uma comissão que acabou não prosseguindo, depois a então presidente do Seese, Flávia Brasileiro, confeccionou o texto do projeto, que foi entregue à então secretária municipal de Saúde, Gorete Reis. Foi encaminhado para Secretaria de Governo (Segov), que acabou arquivando. Mesmo assim, na atual gestão, o Seese encaminhou para a secretaria de Saúde três vezes o projeto.
Outro fato polêmico relatado por trabalhadores de outras categorias aos enfermeiros foi que o vereador havia afirmado que os médicos estariam fornecendo atestados falsos para os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem para que eles não pudessem comparecer ao local de trabalho por ter outro vínculo. “Isso é algo covarde por parte do vereador. Nós repudiamos. É muito fácil chegar num fórum, onde se tem espaço e a sociedade presente, para acusar os profissionais quando não existe nenhum representante do sindicato para fazer a defesa”, reclamou a líder sindical.
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