As comunidades tradicionais, dentre elas as quilombolas, são prioridade na destinação de políticas públicas. Foi na perspectiva de colaborar ainda mais com a garantia desse direito que na manhã desta quinta-feira, 27, representantes do poder público estiveram reunidos na Comunidade Remanescente Quilombola Caraíbas, localizada no município de Canhoba. A iniciativa partiu da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), que mobilizou as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, a Emdagro e a Cohidro para juntos construírem um plano de ação que promova melhorias para a comunidade.
A Seides esteve presente através dos Departamentos de Segurança Alimentar e Nutricional, de Renda e Cidadania (DRC), de Assistência Social (DAS), além do Centro de Cultura e Arte mantido pela secretaria com o intuito de relacionar as potencialidades e necessidades locais com os programas e projetos desenvolvidos pela Secretaria. A diretora do DSAN e coordenadora executiva da Câmara Interestadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), Rosane Cunha, afirmou que o objetivo da reunião é construir um plano de ação intersetorial voltado para a comunidade a parir de ações rápidas.
“O compromisso é construir um plano que seja possível de realizar, atendendo as necessidades mais urgentes da comunidade e enquanto isso continuaremos buscando solucionar os problemas que necessitam de mais tempo. Dessa conversa sairão os encaminhamentos necessários para melhorar a qualidade de vida dessa comunidade. Esse é um pontapé inicial porque pretendemos levar essa conversa para outras comunidades quilombolas”.
A líder comunitária e presidente da Associação Quilombola Dona Taquiza Piloto, Xifroneze Santos, explicou que o principal objetivo da reunião é garantir a implementação de políticas públicas para a comunidade. “Somos uma comunidade que reconhece os seus direitos e que segue lutando para que eles sejam cumpridos. Seja na área da assistência, da saúde, educação, habitação ou geração de renda todos os nossos direitos têm sido negados, por isso marcamos esse encontro. O ideal é que a gente possa construir juntos um plano que de fato seja concretizado, por isso vamos discutir sobre o que cada órgão pode fazer para nos ajudar”.
Dentre as principais reivindicações dos moradores de Caraíbas estão o acesso à água de qualidade, assistência médica regular e possibilidades de geração de renda para a comunidade. Para atender às demandas relacionadas à saúde, a Secretaria de Saúde, representada por técnicos das áreas de segurança alimentar e nutricional, equidade em saúde, vigilância epidemiológica e atenção básica ouviram atentamente os moradores e deram os principais encaminhamentos para resolver os problemas.
“Promover os direitos de comunidades em situação de vulnerabilidade social exige a responsabilidade compartilhada dos diversos órgãos e é por isso que nos reunimos hoje na tentativa de trazer soluções para as problemáticas enfrentadas por comunidades quilombolas que historicamente sofrem com a falta de direitos fundamentais. O diferencial é que hoje a nossa proposta é construir um plano de ação junto com a própria comunidade”, destaca Luiz Claudio Soares, técnico da área de promoção da Equidade em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde.
Para fortalecer ainda mais a proposta de construção do plano, a reunião contou com a representante do município de Canhoba, a secretária adjunta de Saúde Clizelda Silva. “O município considera esse encontro muito importante porque também reconhece a prioridade que as comunidades quilombolas têm. Em nome da Secretaria de Saúde de Canhoba nos comprometemos a colaborar no que for preciso, em especial na área da saúde, para proporcionar melhores condições de vida para os moradores de Caraíbas”.
A construção do plano de ação para a comunidade Caraíbas também partiu do reconhecimento das potencialidades locais e da participação da comunidade. Para a nutricionista e representante da Emdagro, Maria Angélica Freitas, o primeiro passo é acolher as demandas, identificar os potenciais locais e aproveitá-los. “Não só na área da agricultura, mas em todas as outras precisamos aproveitar o que já existe na comunidade e atuar a partir desses potenciais, mas para isso precisamos contar com o apoio da comunidade. Os projetos e as ações que chegarem até aqui precisam ter os moradores como protagonistas e principais envolvidos”.
Dentre os encaminhamentos estão o agendamento de reuniões entre a comunidade e cada um dos setores ligados às principais demandas, que serão acompanhados por técnicos da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides).
Fonte: Seides
Foto: divulgação