Na última terça-feira, 8 de março, data histórica de luta para todas as mulheres, as vereadoras da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) ocuparam a Mesa Diretora no plenário onde puderam abordar as demandas das mulheres na luta por uma sociedade equânime.
“É urgente mudarmos a legislação, e por isso, eu peço para vocês, vereadores, que nos apoiem, já que não temos a maioria, para que possamos ocupar essas vagas e conquistar nossos direitos”, enfatizou.
Na ocasião, a parlamentar homenageou sua mãe, Dona Carminha, pela sua história de vida e luta diária que à época em que se casou com seu pai, rompeu barreiras, uma vez que a família designava com quem se casar, além dele ser mais novo do que ela e de classe social inferior. “Maria Carmen Azevedo Santos, de 90 anos, filha de um dono de engenho de Santa Rosa de Lima, que com 26 anos depois de não ter casado com homens, como seus familiares queriam, teve a ousadia de fugir com o vaqueiro da minha vó, esse vaqueiro tinha 17 anos, vindo de uma família negra, e de uma classe social totalmente diferente da sua. Minha mãe é um símbolo da revolução, porque hoje com 90 anos, depois de ter sofrido com relacionamento abusivo com o companheiro, ela nunca questionou para mim o fato de ter uma filha trans, a última filha, ela nunca demonstrou infelicidade, ela sempre me acolheu. Se hoje eu estou aqui ocupando essa cadeira com vocês, é por causa de Dona Carminha”, declarou Linda emocionada.
A vereadora ainda informou que seu pai se encontra internado na UTI, e que sua mãe está triste diante da situação e aguardando a melhora dele. “Ela está muito triste, mas tenho certeza que o amor dela, a luta, e tudo que ela representa, que é o que eu acredito, na luta por direitos e oportunidades, que a mulher possa decidir com quem casar, o que fazer com seu corpo e de suas vidas, é isso que eu desejo no Dia Internacional de Luta de todas as mulheres”, finalizou.
Por: Laila Oliveira/Ascom