O anúncio do fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), desencadeou na realização de uma audiência pública na manhã desta sexta-feira, 23, no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), para discutir os impactos para o Estado de Sergipe, caso se confirme o fechamento da empresa, anunciada no início da semana pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente.
A propositura é da deputada Ana Lúcia Vieira (PT), que reuniu representantes do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócioeconômicos (Dieese), do Sindicato dos Petroleiros Sergipe/Alagoas, aposentados, trabalhadores e deputados.
“Tivemos a fala dos trabalhadores, principalmente dos aposentados da Fafen, que tem espertizes na área e da luta para salvar a fábrica (pela segunda vez ameaçada) fazendo uma análise técnica da situação atual e do coordenador do Dieese, Luiz Moura, que mostrou os impactos e para a economia e para a área social, do fechamento dessa fábrica, porque na verdade estar fechando toda uma cadeia produtiva de um estado pequeno como Sergipe, é gravíssimo”, ressalta a vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Sergipe.
De acordo com o aposentado da Fafen, João Bôsco da Silva Fonseca, que esteve sempre à luta contra a privatização da Fafen, destacou os prejuízos para o Estado de Sergipe, caso a fábrica venha a ser fechada.
“Muitos prejuízos para o Estado, o Nordeste e o país. Só Para se ter uma ideia, nossa malha de fornecimento de produtos atinge todo o país e em Sergipe vamos perder muito ICMS, ISS, a perda social (empregados). Esse processo vem se arrastando desde 2016. Éramos Nitrofértil e passamos a ser Fafen desde 1993 e agora estão passando por cima desse acordo que fizemos trocando a nossa independência financeira para a incorporação, para que a empresa não fosse privatizada. Agora nem privatizar querem, mas fechar”, lamenta João Bôsco.
Impactos
Segundo o coordenador do Dieese, o economista Luiz Moura, são cinco os principais impactos para e economia, com o fechamento da Fafen.
“Primeiro é tributário porque vai afetar a arrecadação do Estado, tanto pelo fim da operação da planta como também das empresas que tem como matéria prima a planta que a Fafen produz; segundo são os empregos diretos, 250 trabalhadores deixarão de consumir no mercado interno de Sergipe, pois mesmo que essas pessoas não alocadas em outras unidades da Petrobras, não farão parte do mercado de consumo no Estado, afetando o comércio de Sergipe. Terceiro, são os trabalhadores terceirizados, em torno de 750 demitidos direta e indiretamente. Depois temos o impacto dos fornecedores e os produtores que têm como matéria prima, a ureia e a amônia. Uma empresa como essa tem capilaridade em vários setores e vai afetar a economia de Sergipe em vários setores. A deputada Ana Lúcia está de parabéns em promover essa audiência para debater um tema tão importante para a sociedade sergipana”, enfatiza.
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Por Agência de Notícias Alese – #Rede Alese
Fotos: Jadilson Simões