Teixeira, Blatter e Nicolas Leoz (da Conmebol): envolvidos em denúncias na Fifa
Na última semana, quando a crise da Fifa envolvendo denúncias de corrupção já abalava a administração Joseph Blatter, os programas das Organizações Globo ainda evitavam o tema,
que esquentou a partir da veiculação de incidentes no programa Panorama, da BBC inglesa, no último dia 23 de maio. No entanto, o principal conglomerado de imprensa do país enfim destinou nos últimos dias parte de sua grade de notícias para a cobertura do caso, mas ainda procurando não associar Ricardo Teixeira às polêmicas.
Parceiro comercial da Globo com os jogos da seleção e o Campeonato Brasileiro (em relação que ficou mais íntima após a batalha pelos direitos dos campeonatos de 2012 a 2015), o presidente da CBF foi considerado “limpo” em uma das questões pelo comitê de ética interno da Fifa, que analisou especificamente denúncias de pedido de dinheiro em troca de voto para Inglaterra no pleito pela Copa de 2018 – que ficou com a Rússia.
Mas, mesmo sem a investigação oficial da Fifa, outras denúncias ainda pairam sobre a reputação de Teixeira. No explosivo programa da BBC, o cartola da CBF teve nome envolvido em casos de supostos subornos milionários de uma agência de marketing esportivo para altos executivos da Fifa, nos anos 90. A Justiça suíça ainda trabalha em sigilo sobre este caso, que, ao contrário da polêmica anterior, ainda não foi abordado pela Globo.
Programas mais nobres da Globo, como Jornal Nacional e Globo Esporte, trataram do caso sobre 2018, que esquenta o clima nos dias que antecedem as eleições da Fifa. Com equipe de reportagem in loco, na Suíça, todos eles falaram da situação de Blatter, pressionado por suposto envolvimento com o esquema de corrupção, ou no mínimo com a anuência para eles acontecerem.
Na edição paulista do Globo Esporte, na última segunda-feira, uma menção breve para a absolvição de Teixeira no caso 2018 foi feita apenas na chamada do apresentador para a matéria, conhecida nos jargões da televisão como “cabeça”. Em seguida, o nome do presidente da CBF não foi mais pronunciado.
Uma postura simbólica na mudança de tratamento em relação ao caso pôde ser atestada no Redação Sportv, programa a cabo de canal esportivo das Organizações Globo. Na última semana, nem uma menção aos dois casos, em comportamento que motivou uma espécie de levante de espectadores no Twitter cobrando explicações do apresentador André Rizek.
Âncora do Redação, programa que se debruça sobre a atuação da mídia esportiva, Rizek respondeu aos seguidores no Twitter sobre o silêncio a respeito da crise da Fifa, argumentando que, até aquele momento, nada passava de denúncias antigas requentadas (em referência ao caso de subornos dos anos 90).
Nesta terça, no entanto, o mesmo programa conferiu amplo espaço ao tema, mas ainda assim tratando do envolvimento de Blatter no caso e das complicações políticas do cartola e de outros altos executivos da Fifa. O nome de Teixeira não apareceu na discussão.
Fonte: Uol Esporte