A reprovação do projeto de lei do Proinveste, ocorrida na sessão desta quarta-feira, 5, no plenário da Assembleia Legislativa, provocou uma série de atritos entre deputados governistas e da base de oposição. Os projetos, discutidos exaustivamente na Casa, referem-se ao empréstimo de R$ 727 milhões junto ao governo federal através do BNDES e Caixa Econômica Federal.
Com a rejeição em plenário, acaba toda a novela iniciada em setembro desse ano. Para o deputado Francisco Gualberto (PT), o que aconteceu foi a concretização de uma atitude orquestrada contra o Estado de Sergipe. “Um tiro no coração do desenvolvimento de Sergipe”, definiu.
Segundo Gualberto, o mentor da perversidade contra o povo sergipano foi justamente o senador Eduardo Amorim (PSC). Para ele, ao orientar seus liderados para que rejeitassem o projeto, Amorim estaria cometendo um desatino. “Ele acaba de fazer a maior bobagem política da história”, disse. “É um senador que não tem vida longa na política”.
Antes da votação em plenário, Gualberto chegou a fazer um apelo verbal para que a presidente Angélica Guimarães (PSC) transferisse a votação para o dia seguinte, já que a bancada governista estava sem as presenças dos deputados Conceição Vieira (PT) e Luiz Mitidieri (PSD). A primeira está em viagem oficial e o outro encontra-se de licença médica. Mas o pedido não foi aceito.
Na votação, em dois projetos (R$ 160 milhões e R$ 167 milhões), o placar do plenário foi 12 a 9 favorável à oposição. No terceiro projeto (R$ 400 milhões), o placar foi de 11 a 9, também favorável à oposição, só que nesse a deputada Goreti Reis (DEM) optou pela abstenção. Com o resultado, Sergipe fica sendo o único estado brasileiro a rejeitar os investimentos do Proinveste.
“Diante dessa situação, o povo já fica sabendo que o senador Amorim, caso chegue ao governo do estado, não será um estadista nem um republicano. Só Deus saberá quais interesses ele vai atender!”, reagiu Francisco Gualberto. “Não esperava que o senador Amorim fosse tão ‘desinteligente’ como é”.
Francisco Gualberto garante que suas colocações estão dentro do campo da política. Ele chegou a confessar que nunca concordou com a aliança feita com o grupo dos Amorim na eleição de 2010. “Mas sempre tratei todos eles com respeito. Só não pedi voto nenhum”, afirma. “Na vida política a gente precisa escamotear menos, ou o mínimo possível, para se apresentar melhor diante da sociedade”, disse o deputado.