A Polícia Civil concluiu a investigação do crime conhecido como “sextorsão”, caracterizado pela prática criminosa que envolve extorsão, estupro, falsa identidade e difamação. Os delitos foram praticados contra adolescentes. Na ação policial, foi preso um homem de 36 anos de idade, na cidade de Campo do Brito.
A detenção ocorreu em cumprimento a mandado de prisão, na última sexta-feira, 31, em ação conjunta entre as Delegacias de Campo do Brito, Macambira e São Domingos e a Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core). Os crimes foram praticados contra vítimas das cidades de Campo do Brito, Macambira e São Domingos. O homem foi encaminhado à Delegacia Regional de Itabaiana e direcionado ao sistema prisional.
De acordo com o delegado Wilkson Vasco, o detido se especializou nessa prática nos últimos dois anos. O investigado criou perfis falsos de aplicativos em redes sociais e passou a paquerar mulheres, em especial adolescentes. Ele fazia declarações de amor, insistindo em conseguir fotos, conhecidas popularmente como “nudes”. Ao conseguir o material, ele passava a exigir dinheiro para a não divulgação das fotografias.
“Primeiramente, ele criava perfis falsos de outros homens das cidades nas redes sociais. Em sequência, ele passava a conversar com as vítimas fingindo ser outro homem. Era notória a especialização do investigado, porque ele sabia como esse homem conversava nas redes sociais e com quem ele se relacionava nessas plataformas”, explicou.
O delegado esclareceu como era o método de atuação do investigado. “Ele estudava as vítimas. Ele hackeava redes sociais alheias, criava um perfil falso para ele, fingia ser outra pessoa e passava a atuar dessa forma. Após ele conseguir se passar por outra pessoa, passava a paquerar e fazer declarações de amor, reiteradamente, e solicitar as fotos íntimas. A partir do momento que se encaminha as fotos, ele passava a exigir dinheiro”, frisou.
Ainda segundo o delegado, se a vítima não efetuasse o imediato pagamento, que variava de acordo com a situação da vítima, o detido passava a difamá-la, com o intuito de convencer que a ameaça era verdadeira. E, no caso em que não houvesse o dinheiro, o suspeito passava exigir a prática de sexo, o que configurava o estupro. “Chegou-se à situação do investigado ligar para os pais de uma adolescente de 16 anos de idade”, evidenciou.
Há mais de um ano, no celular do investigado, foram encontrados vídeos e fotos de crianças e adolescentes em cenas de sexo explícito ou pornográfica, e que foram compartilhados por aplicativo de mensagem. O delegado destacou que uma das vítimas afirmou ter sido forçada a realizar em torno de dez atos sexuais.
Diante de todas as circunstâncias apuradas no decorrer do procedimento investigativo, foi representada a prisão preventiva e mandado de busca e apreensão. O delegado ressaltou que o detido já responde a processos criminais.
Apreensões durante ação policial
Durante a ação policial, foram apreendidos uma pistola, 13 munições calibre 22, três de calibre 32 e um carregador de pistola e um canivete. O cumprimento do mandado de busca e apreensão culminou ainda na apreensão de notebook, celular, pen drive e cd, que serão encaminhados à perícia e apuração de outros envolvidos.
Sextorsão
A nomenclatura “sextorsão” é uma definição doutrinária para atos quando o indivíduo obtém ou tem em seu poder fotos íntimas, conhecidas como “nudes”, e passa a utilizar-se desse material para cometer crimes como extorsão, estupro, dentre outros. A Polícia Civil solicita que possíveis vítimas do crime compareçam à delegacia, para complementação do processo investigativo e para que outras pessoas não sejam vítimas de crimes desse tipo.
Foto: Ascom/SSPSE
Fonte: SSP/SE