A vereadora Kitty Lima (Rede) começou a recolher, na manhã desta quarta-feira, 12, as assinaturas dos demais parlamentares da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para a instauração da CPI do Forró Caju. O objetivo é apurar as possíveis irregularidades nos contratos firmados pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) para a realização da festa, com consequentes danos financeiros ao município e demais contratados. A motivação da parlamentar foi uma matéria veiculada no Jornal Cinform do dia 28 de novembro apontando supostas irregularidades nos contratos firmados pelo Executivo Municipal para a idealização do evento ocorrido nos dias 22, 23, 24, 28, 29 e 30 de junho deste ano.
“A gente tem muita dúvida acerca dos procedimentos que foram adotados para a realização do Forró Caju deste ano, e como eu já disse diversas vezes em tribuna, nós não podemos ficar apenas do discurso, precisamos agir. Comecei a recolher as assinaturas dos demais vereadores que apoiam essa iniciativa. Apesar de estar deixando em breve esta Casa, quero que esse assunto já esteja encaminhado aos meus colegas para que no próximo ano eles possam dar andamento aos trabalhos de investigação, uma vez que sabemos que tem muita coisa a ser apurada”, disse Kitty, que até o final da manhã desta quarta já havia conseguido quatro (Emília Corrêa, Lucas Aribé, Iran Barbosa, Américo de Deus) das sete assinaturas necessárias para instauração da CPI. O intuito da parlamentar é juntar, pelo menos, nove.
De acordo com o documento, tal denúncia apresentada pelo semanário refere-se à falta de pagamento dos artistas sergipanos que foram contratados para apresentação no evento, situação já de amplo conhecimento dos sergipanos. Além disso, aponta a reportagem, existem contradições apresentadas no Portal da Transparência da PMA.
“São algumas questões que nos levam a crer que realmente existem irregularidades no uso do dinheiro público, a exemplo do cachê de R$ 20 mil pago ao cantor Michel Teló quando, na verdade, o real valor de seu cachê para shows ultrapassa os R$ 350 mil. A denúncia do Cinform aponta ainda que no Diário Oficial da União a contratação desse mesmo artista foi publicada como de R$ 180 mil. Um mesmo artista e três valores distintos. É obvio que existe a falta de transparência por parte da prefeitura, e o que nós queremos com essa CPI é exatamente averiguar situações como esta”, pontuou Kitty.
A realização do Forró Caju deste ano, que custou quase R$ 4 mi, contou ainda com diversos pregões para contratação de empresas para serviços de estrutura de palco, iluminação e projeção de LED. Porém, há indícios da existência de um cartel entre as empresas realizadoras de eventos festivos na cidade. “Existem muitas contradições e por isso precisamos investigar cada denúncia apresentada pelo jornal de forma cuidadosa, é essa a intenção de criação da CPI que virá em boa hora para ajudar os artistas sergipanos que estão até hoje sem receber seus cachês. Eles não estão sozinhos nessa luta”, finalizou a vereadora.
Fonte: Assessor parlamentar