
Durante pronunciamento na Tribuna da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), nesta terça-feira, 7, a deputada Linda Brasil (Psol) fez um alerta sobre o surto de intoxicações por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas registrado no país e defendeu a adoção de medidas estaduais de prevenção e fiscalização.
“Diante do surto de intoxicações por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas, é urgente reforçar um alerta à população”, afirmou. A parlamentar explicou que o metanol é um álcool de uso industrial e um “veneno invisível, que não altera o cheiro, a cor ou o sabor da bebida, mas que pode causar cegueira permanente e morte, mesmo em pequenas quantidades”.
Segundo dados do Ministério da Saúde, até o dia 5 de outubro de 2025, o Brasil registrava 209 casos em investigação e 16 casos confirmados de intoxicação após o consumo de bebidas adulteradas. Em Sergipe, não há registros de casos suspeitos ou confirmados, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde. No entanto, uma operação da Polícia Militar apreendeu 124 garrafas suspeitas de adulteração no município de Nossa Senhora do Socorro, além de materiais utilizados na falsificação. “Essa ocorrência serve como alerta grave e concreto: a ameaça das bebidas adulteradas está entre nós e exige que os governos estaduais e municipais reforcem a fiscalização sobre a produção, o transporte e a comercialização de bebidas alcoólicas”, ressaltou.
A deputada propôs a criação de uma Lei Estadual de Prevenção e Combate à Adulteração de Bebidas, com medidas como multas pesadas, cassação de alvarás e interdição de estabelecimentos, além do rastreamento de bebidas e campanhas educativas. Também defendeu a criação de um canal estadual de denúncias e uma cooperação interinstitucional entre os órgãos de saúde, Segurança Pública, Fazenda, Procon e Ministério Público. “Os estados têm ampla margem de atuação complementar e fiscalizatória, especialmente na proteção da saúde pública e defesa do consumidor”, destacou.
Cumprimento de Lei
Durante o discurso, Linda Brasil também abordou a necessidade de cumprimento da Lei Federal nº 14.164/2021, que institui a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher. Segundo a parlamentar, a norma ainda não foi plenamente implementada em Sergipe, o que motivou o Ministério Público (MP) a recomendar que as redes estadual e municipal incluam as atividades no calendário de 2026.
“É fundamental que as escolas desenvolvam ações de prevenção e conscientização, promovendo a igualdade de gênero e garantindo um ambiente acolhedor e informativo para meninas e mulheres”, enfatizou. Para a deputada, a cultura machista precisa ser combatida desde cedo, com diálogo e informação. “Defendo que gestores públicos cumpram rigorosamente a recomendação do MP, que as atividades escolares sejam efetivas e transformadoras, e não apenas simbólicas”, completou.
Linda Brasil também cobrou a aprovação do Projeto de Lei 45/2023, de sua autoria, que institui uma campanha permanente de combate ao machismo e valorização do protagonismo feminino nas escolas públicas de Sergipe. “Precisamos de políticas educacionais que empoderem meninas e mulheres, promovam o respeito e assegurem a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, concluiu.
Foto: Jadilson Simões| Agência de Notícias Alese
Por: Débora Nepomuceno Marques