O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, neste sábado, 1º, que é preciso garantir a prática de esporte às mulheres na mesma proporção que é oferecida aos homens. “Nas escolas, tem que ter espaço de futebol”, defendeu. “Vocês têm que escolher o que vocês querem praticar, e a escola tem que se adaptar à vontade e às necessidades das alunas que querem praticar futebol”, disse Lula às jogadoras da seleção brasileira feminina de futebol.
Ele esteve no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, para o treino da equipe e desejou boa sorte na Copa do Mundo, que começa dia 20 de julho na Austrália e na Nova Zelândia. Neste domingo, 2, a arena será palco do último amistoso da seleção brasileira antes da competição.
“Eu sonho que um dia o futebol feminino possa lotar os estádios como o futebol masculino. É um trabalho de politização da sociedade, é um trabalho de divulgação, é um trabalho de convencimento”, apontou Lula, acrescentando que é preciso garantir ainda a igualdade de pagamentos entre todos os jogadores, homens e mulheres.
Segundo o presidente, as equipes brasileiras de vôlei, por exemplo, tanto masculina como feminina, tiveram uma “ascensão exuberante” em razão dos grandes investimentos. “No futebol tem que ser assim”, disse.
Em março, Lula assinou decreto que cria a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Futebol Feminino no país. O programa, sob responsabilidade do Ministério do Esporte, prevê medidas de promoção do desenvolvimento do futebol profissional e amador, ampliação dos investimentos e formação técnica para meninas e mulheres no mercado da bola.
Copa no Brasil
O governo também faz campanha para que a Copa do Mundo Feminina de 2027 ocorra no Brasil. Segundo Lula, o país possui estrutura e estádios de qualidade para receber a competição, os mesmos construídos para a Copa do Mundo masculina, em 2014.
O presidente afirmou que ficou “frustrado” com os acontecimentos que antecederam a competição daquele ano. Na ocasião, milhares de brasileiros foram às ruas em protestos violentos em várias cidades contra os gastos com o evento. Segundo Lula, entretanto, nunca se provou corrupção nas construções dos estádios, apesar das denúncias e investigações.
Em 2017, por exemplo, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro ajuizou ação pedindo que cerca de R$ 200 milhões fossem devolvidos aos cofres públicos por suspeita de superfaturamento nas obras do Maracanã. No Distrito Federal, a Polícia Federal indiciou dois ex-governadores por envolvimento em esquema de superfaturamento das obras do Estádio Mané Garrincha.
“O ano de 2013 foi um inferno nesse país, e a Copa do Mundo foi banalizada, porque nem os patrocinadores divulgavam a Copa do Mundo corretamente. Foi uma Copa do Mundo sem ter clima, muito negativo. Tudo se dizia que havia corrupção nos estados, e não se provou corrupção. Já faz 10 anos que houve a Copa do Mundo, e em nenhum estado foi provado que houve corrupção, mas as denúncias aconteceram. Dessa vez parece que vai ser mais fácil, porque a gente não tem mais que gastar dinheiro para fazer estádio”, disse.
Visita ao treino
A seleção entra em campo neste domingo, 2, contra o Chile, às 10h30. Lula não acompanha o jogo pois viaja para Salvador para as comemorações da Independência do Brasil na Bahia, evento que marca a saída definitiva do exército português da então província, em julho de 1823.
Na visita de hoje ao treino da seleção, o presidente estava acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva, e das ministras do Esporte, Ana Moser; das Mulheres, Cida Gonçalves; e da Igualdade Racial, Anielle Franco, além dos ministros da Secretaria-Geral, Marcio Macêdo, e da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.
Lula e Janja ganharam camisetas personalizadas da seleção. O presidente também foi presenteado com o uniforme preto, produzido para a campanha da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contra o racismo.
Ao anunciar a convocação das 26 atletas que irão ao mundial, a técnica do time feminino, Pia Sundhage, avaliou que a seleção tem chances reais de conquistar o título. A Copa do Mundo será disputada a partir do dia 20 de julho na Austrália e na Nova Zelândia.
Fonte: Agência Brasil