Amaral Cavalcante chega à Academia para ocupar a cadeira de número 39, que tem como patrono o poeta Joaquim Martins Fontes da Silva e era ocupada pela professora e historiadora Maria Thétis Nunes, falecida em 2009. Para o governador Marcelo Déda, Amaral simboliza a cultura sergipana dos anos 70 e 80. “Antonio Amaral chega a essa Academia trazendo a contribuição da geração de 68. Uma geração que renovou a cultura, os costumes, que construiu uma arte engajada e vinculada à busca pela democracia e pela liberdade. A presença de Amaral é uma contribuição à Academia que essa geração oferece. Creio que a instituição se enriquece com a participação de Amaral, com sua obra e com sua militância cultural. É um belo momento para a cultura sergipana”, pontuou.
“Quando Amaral assume a cadeira da Academia Sergipana de Letras, ele reivindica fazê-lo não apenas em nome pessoal, mas em nome de uma geração de artistas, poetas, de militantes culturais que viveram um dos momentos mais significativos da vida literária do nosso estado. Em seu discurso, Amaral resgatou o trabalho daqueles que nos anos 70 e 80 fizeram da literatura, da poesia,da dança, da música, do teatro instrumentos de resistência política. Fizeram de sua arte um instrumento de questionamento político e uma ferramenta de questionamento dos valores estético daquela época. A chegada de Amaral Cavalcante não poderia ser diferente, tinha que ser um momento marcado pela emoção e marcado, sobretudo, pela capacidade que Amaral tem de traduzir toda uma geração. Foi um momento muito bonito e fico muito feliz em estar aqui”, declarou Déda.
Natural de Simão Dias, Amaral Cavalcante soma as atividades de cronista, jornalista, poeta e agente cultural à edição da Folha da Praia, periódico alternativo que circula em Aracaju há 30 anos. O novo imortal considera seu ingresso na Academia Sergipana de Letras como um reconhecimento. “É uma emoção muito grande porque não deixa de ser o reconhecimento de uma vida inteira dedicada à cultura, às artes e à alegria dessa cidade. Recebo isso como um reconhecimento pelo que fiz, mas também, como o reconhecimento a toda uma geração que propôs uma nova forma de relacionamento entre as pessoas. Ficamos honrados com a homenagem de uma instituição como a Academia Sergipana de Letras. Sou de uma geração que contestou, apresentou novos princípios. A Academia é um repositório de intelectuais e eu trago à instituição a novidade da minha geração”, declarou.
Fotos: Marcelle Cristinne/ASN
Fonte: ASN Agência Sergipe de Notícias