Tomou posse na manhã desta terça-feira, 03, no auditório Atalaia, no Centro de Convenções de Sergipe (CIC), o novo secretário de Segurança Pública do Estado, Mendonça Prado. A cerimônia de posse em nada lembrava um simples ato administrativo e atraiu centenas de pessoas dos mais diversos segmentos da sociedade sergipana e brasileira.
O Decreto de posse foi assinado pessoalmente pelo governador Jackson Barreto. Mendonça iniciou o discurso mesclando sua fala com pontos enaltecendo sua luta em favor da segurança pública do país, o brilhantismo do trabalho feito pelos policiais sergipanos, agradecendo ao governador pela indicação do cargo, criticando fortemente as falhas nas leis penais do país e dizendo quais ações executará para diminuir os índices de violência.
“Desejo agradecer ao senhor governador por me confiar tão importante missão. Ao ser chamado por sua excelência analisei os dados da segurança pública com pessoas de minha absoluta confiança e dei conta que a missão que estava sendo confiada era imensa. Ao ver os olhos do governador percebi o amor que ele tem por esse Estado e o quanto ele está determinado em encontrar saídas para diminuir os índices de violência do Estado. Avalio que essa incumbência demonstra a confiança que o senhor governador tem nesse novo comandado”, assegurou.
O secretário Mendonça, não questionou os dados e, disse que os mapas da violência produzidos por diversas organizações apontam que a violência que antes era privilégio dos centros urbanos já chegou com força nos povoados mais longínquos. Para o secretário, o combustível do alastramento da violência tem nome: o crack. “Essa droga é uma epidemia que fugiu ao controle do Estado brasileiro. Esse mundo das drogas impulsionou as estatísticas e elevou os índices de violência em todo o país”.
Uma das principais formas de se resolver o problema, segundo o secretário, será quando o Brasil fizer o dever de casa com a segurança pública. “A União precisa investir na Polícia Federal e nas Forças Armadas para que estas importantes instituições evitem a entrada de drogas no nosso território. Além do mais, é a União que arrecada mais de 64% dos tributos do país, então ela precisa ajudar mais os Estados nessa importante missão”.
Com propriedade de quem participou do processo legislativo no Congresso Nacional, Mendonça foi duro ao criticar a benevolência das leis penais brasileiras. Ele frisou que enquanto deputado federal fez sua parte para mudar esse cenário. “A culpa dessas leis frágeis não é do Poder Judiciário, mas do Poder Legislativo que cria leis que beneficiam os criminosos e como isso tem se tornado comum a polícia prender e o criminoso ser solto logo depois”.
Posse citando como exemplo, o Estado de Sergipe, Mendonça contou que se reuniu com o comandante geral da PM, coronel Mauricio Iunes, para analisar as causas de 14 homicídios ocorridos em um determinado município e a conclusão foi de que dos 14 mortos , 12 eram egressos do sistema prisional.
“Isso me leva a crer que temos dois mundos: um daquela gente sergipana trabalhadora e pacífica e outro daqueles que foram tragados pelo ambiente pervertido do crime onde se mata e morre. Assumirei o comando da SSP, portanto, em um contexto problemático, mas minha história tem fortes ligações com essa área e aqui lembro-me dos ensinamentos de grandes mestres das aulas de Direito Penal ainda nos tempos de faculdade, lembro-me também do tempo que me formei oficial no Exército Brasileiro e, sobretudo, de quando integrei a Comissão de Segurança Pública do Congresso Nacional”.
Dito isto, Mendonça enfatizou que sua lealdade aos policiais vem de longa data e que seus atos em favor dos policiais estão registrados. “Só em Sergipe nossas ações beneficiaram mais de 800 militares e no Brasil mais de 30 mil militares em processo de anistia. Os senhores terão na SSP um parceiro que nunca os abandonou e que vai precisar da colaboração de todos vocês”, conclamou.
Fundo Nacional
O ex-deputado lembrou, ainda, que incitou uma campanha nacional para criar um Fundo Nacional para a Segurança Pública. “Segurança pública é muito cara para os Estados. Fiz essa campanha porque os legisladores da Constituinte de 1988 esqueceram de colocar a segurança pública no rol de prioridades, ao lado de saúde e educação”.
Em um gesto de cordialidade e respeito, o novo secretário parabenizou a gestão de seu antecessor, o delegado João Eloy de Menezes, que passou quase 6 anos no comando na pasta. “Quero agradecer ao senhor e sua proficiente equipe pela maneira como me recebeu na SSP. Estejam certos de que os sergipanos são gratos aos senhores e sabem que foi feito o possível para corresponder as expectativas do povo sergipano”.
Planos de ação
Para encerrar sua explanação, o secretário assumiu um compromisso de nos primeiros 100 dias de gestão executar um plano de ação de combate à criminalidade. Para tocar esse plano, Mendonça disse que escolheu profissionais experientes e que gozam de sua mais absoluta confiança. “Aprofundaremos a análise estatística, ativaremos o Gabinete de Gestão Integrada (GGI), a fim de que o governador possa nos avaliar, e o Gabinete de Gestão Operacional (GGO), por meio do qual a SSP fará interlocução mais efetiva com o Poder Judiciário e Legislativo, Ministério Público e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)”.
“Vamos dar continuidade às ações do governador Jackson Barreto, mudar do Instituto Medico Legal (IML) de endereço, alocar recursos da Senasp, investir em inteligência, integração policial e procurar todos os meios para restaurar a autoridade policial. É a polícia que deve ser eficiente e enérgica e é isso que a sociedade deseja uma polícia que nos dê segurança e nos traga paz”.
Agradecimentos
Por fim, Mendonça agradeceu aos familiares e fez deferência especial ao pai Luciano Prado, ao amigo Rosalvo Alexandre, a imprensa sergipana, a nova superintendente executiva da SSP, Rosenice Figueredo, os policiais e bombeiros militares, aos profissionais da Cogerp, delegados, agentes e escrivães e a todos que compõe a SSP, sindicatos, associações, conselhos de segurança, Associação dos Delegados de Polícia Federal e Associação dos Delegados de Polícia Civil do Brasil, aos membros do Poder Legislativo, Judiciário, Ministério Público e integrantes das Forças Armadas.
Por: Ascom da SSP-SE