A Tribuna Livre da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), desta terça-feira, 10/6, solicitada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), foi ocupada pela representante da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Emanuele Maria Leite, na qual foi apresentada nota de repúdio ao vereador Agamenon Sobral (PP).
De acordo com Emanuele, várias entidades subscreveram a nota de repúdio. “Essa nota de repúdio vem a público repudiar as agressões verbais sexistas do vereador Agamenon Sobral, que na última terça-feira, 3/6 ultrapassou os limites, não só do decoro parlamentar, mas também do respeito à sociedade sergipana, em especial às mulheres trabalhadoras”, declarou Emanuele.
De acordo com a nota apresentada pela representante da MMM, o ápse da grosseria ocorreu quando Agamenon agrediu verbalmente, por duas vezes, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem de Sergipe, Flávia Brasileiro. A primeira agressão ocorreu quando a sindicalista encontrava-se na sala da presidência da Casa Parlamentar, e depois quando a representante da categoria ocupada a tribuna Livre.
“É flagrante que o vereador já vez uso de expressões consideradas impróprias ou acusações levianas, sem comprovação aos colegas vereadores. Esse triste episódio comprova mais uma vez que o vereador Agamenon Sobral não tem se mostrado digno de exercer um mandato de parlamentar, e quiçá, um cidadão que saiba os seus direitos e deveres dentro de um Estado democrático de Direito”, ressaltou Emanuele.
Para Lucimara Passos (PCdoB) o colega Agamenon além de machista é extremamente grosso. “Quero mais uma vez reafirmar o que foi dito aqui não só para essas entidades representadas por Emanuele, mas de todas as mulheres que são agredidas aqui, pelo vereador Agamenon. Nossa luta é também por qualidade de vida, para que possamos sair às ruas a não sofrer tantas agressões e outros tipos de violência. Na minha avaliação o vereador Agamenon além de ser extremamente grosso ele é machista e me sinto agredida nas suas colocações neste Parlamento”, disse a vereadora.
O vereador Iran Barbosa (PT) também se posicionou contra as agressões do colega parlamentar. “Gostaria de dizer que este ato organizado, pelas mulheres, tem o apoio de homens que não aguentam mais esse tipo de agressão feitas pelo vereador Agamenon. Que ele repense o teor dos discursos com mentiras e calúnias nessa Casa. Isso não constrói democracia e não combina com o momento que vivemos. Que Agamenon continue fazendo o papel dele mas dentro das regras do decoro parlamentar”, reforçou Iran.
Licas Aribé (PSB) também defendeu as representantes sindicais. “Esse é o clamor de todas as mulheres que procuram respeito e tratamento igual. Portanto me solidarizo com todos que são agredidos diariamente nesse Parlamento”, defendeu o vereador.
Por Nailton Andrade
Foto: Acrísio Siqueira