A próxima legislatura da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), que se inicia em 2023 e vai até 2026, terá apenas 20% das cadeiras ocupadas por deputadas estaduais mulheres. A partir do ano que vem, serão cinco mulheres representando a população do Estado em um universo de 24 legisladores, uma a menos em relação ao quadro da legislatura vigente. Para a senadora por Sergipe Maria do Carmo Alves (PP), a diminuição significa um retrocesso na participação feminina na política sergipana, afirmando que as sergipanas merecem mais representatividade na Casa.
A parlamentar lamentou o cenário, e disse que a falta de igualdade de gênero em um espaço de poder e decisão causa prejuízos ao povo sergipano. “É uma realidade triste, mas que acompanha o que se vê em todo o Brasil. Segundo um levantamento da organização Gênero e Número, mulheres serão apenas 18% nas assembleias estaduais a partir de 2023. Quando parcela considerável da população não está bem representada no legislativo, o atendimento a suas necessidades e demandas são prejudicadas, além de não enxergar a si mesmo onde isso deveria ocorrer”, salientou Maria, lembrando que as mulheres são a maioria da população brasileira e em Sergipe, além de comporem a maior parte do eleitorado do País.
A senadora ressaltou, ainda, que, conforme dados nacionais da Gênero e Número, foram 9,6 mil candidaturas femininas para deputada estadual em 2022, e 187 eleitas – o que representa cerca de 2% do total. Foram 19 mil homens candidatos, dos quais 868 se elegeram, isto é, 4,5% do total. “Nós temos a lei de cotas, que exige um mínimo de 30% de candidaturas femininas, mas, em Sergipe e no Brasil, ainda estamos longe de atingir esse número. A desigualdade de gênero na política vai contra os princípios democráticos, e revela a urgência de ações e medidas para diminuí-la”, frisou.
MULHERES NEGRAS
De acordo com o levantamento, as mulheres não brancas foram as menos eleitas para as Assembleias Legislativas. As mulheres negras corresponderam a 7% do total geral de eleitos para cadeiras nas Casas dos Estados, ante a 10% entre as brancas, embora tenham registrado
mais candidaturas (17% contra 15%). Apenas uma mulher indígena e uma mulher amarela foram eleitas como parlamentares estaduais neste ano. “A desigualdade de raça também se manifesta na desigualdade de gênero, infelizmente. Lembremos: as mulheres negras representam 23% da população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas seguem com baixa representatividade na política”, apontou Maria do Carmo Alves.
Por: Lavínia/Ascom