Na Zona de Expansão, 65% da rede coletora de esgoto de Aracaju já foi concluída pela Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso). Mais de 300 homens estão trabalhando em diversas frentes, para cumprir o cronograma que prevê a execução de toda a rede de esgotamento sanitário nos bairros Santa Teresa e Aruanda e residenciais adjacentes. A totalidade da obra deverá ser concluída até 31 de dezembro. Para isso, estão sendo investidos R$ 42 milhões, recursos do Governo do Estado e do Governo Federal.
O território contemplado fica próximo ao mar e é composto por lagoas, o que torna a região vulnerável ambientalmente. Por isso, a implantação de rede de esgoto é imprescindível. As obras de esgotamento abrangem os conjuntos Santa Teresa, Beira Mar I e II, Santa Maria, Mirassol, Franco Freire, Águas Belas; Loteamentos Aquarius I, II,e III, Costa Verde I e II, Eldorado, Aruana; residenciais Horto do Carvalho, Porto Mar I e II, Porto Sul, Condomínio Costa Nova II e III, Aruana Praia Mar, Vila Verde e Solar I.
De acordo com Osvaldo Nascimento, engenheiro da Deso responsável pelo gerenciamento da obra, o número de pessoas trabalhando é adequado. ”Há dez equipes trabalhando na escavação de valas e implantação da rede coletora de esgotos. Somente no setor de reposição de paralelepípedo há deficiência de pessoal devido à dificuldade de se encontrar mão de obra qualificada, até porque esse é um serviço artesanal e que exige profissionais capacitados”, detalha.
Da parte já concluída faltam: as montagens eletromecânicas das estações elevatórias, as ligações internas das casas à rede coletora; a implantação das caixinhas de passagens (que são instaladas nos passeios) e a recuperação de calçadas. Até o final deste mês a Deso pretende regularizar os serviços de recuperação das vias pavimentadas em paralelepípedo. Nas ruas do Santa Tereza, por exemplo, cerca de 95% foram recuperadas.
Para a moradora do Loteamento Aquarius I, Itamara Prado, o intenso ritmo das obras pode provocar alguns desconfortos para a população, que, assim como ela, sabe que são passageiros. ”O mais importante é a obra que vai ficar. Todos os moradores aqui sentem o transtornos das obras, a sujeira, as máquinas trabalhando, mas todos sabem que isso vai passar. O que está sendo feito é incalculavelmente melhor. São obras necessárias. Eu moro aqui no Aquarius há mais de dez anos e vejo o quanto essa região cresceu nos últimos anos. Todas essas casas não têm esgoto sanitário. Ou as casas têm fossas, que custam caro para serem limpas, ou possuem um encanamento que liga o esgoto nos canais. Só que como sabemos, os canais são para drenagem da água da chuva, e com isso as casas estão poluindo o lençol freático”, afirmou a moradora.
O técnico Industrial Sênior, responsável pelas obras, Aécio Silva, reforça a importância do empreendimento. ”O maior impacto desta obra é a proteção ambiental e a promoção de saúde para a população. Com a rede de esgotamento sanitário, os esgotos domésticos serão coletados e tratados antes de serem devolvidos ao meio ambiente. Além disso, a obra de esgotamento sanitário vai favorecer a região e a valorização dos imóveis”, evidenciou.
Implantação do sistema
A execução da obra conta com a implantação de mais de 120 quilômetros de rede, a extensão equivale a distância entre as cidades de Aracaju a Nossa Senhora da Glória. É através dos tubos que será coletado e transportado o esgoto produzido pelos moradores. E antes de ser devolvido à natureza, o material despejado será tratado na Estação de Recuperação de Qualidade (ERQ) da região Sul.
O investimento contempla ainda a construção de 16 estações elevatórias de esgoto, que auxiliam o funcionamento do sistema de esgotamento. Dessas 16 estações, a Deso concluiu as estruturas de concreto em dez delas. Outras duas dependem de liberação de áreas por parte da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb); e mais quatro dependem de indenizações que estão sendo analisadas pela Deso.
Se hoje máquinas e ruas escavadas causam transtornos, ao final do cronograma o resultado esperado é a preservação do meio ambiente, além de melhoria das condições de saúde pública e qualidade de vida na região. A Deso destaca o fato da obra ser complexa, do ponto de vista técnico e da logística da execução dela. Isso porque as ruas precisam ser interditadas e escavadas, para colocação dos tubos. Por isso, por alguns dias, o acesso às residências pode ser dificultado.
As obras são realizadas por trechos e quando um termina outro é iniciado. Em várias ruas, as obras acontecem ao mesmo tempo, seguindo um planejamento técnico que é fiscalizado. Há intervenções em 14 sub-bacias. Tal esforço da Deso é para consolidar o avanço no plano de expansão de cobertura de saneamento básico na capital sergipana. Aracaju deixa de ter uma cobertura de 35% para alcançar um atendimento superior a 80%, em 2014. Também há recursos na ordem de R$ 150 milhões, garantidos para construir sistema de esgotamento em bairros de Zona Norte, o que vai elevar o índice de cobertura para 90%.
Foto: Ascom/Deso
