Um dos mais importantes patrimônios de Sergipe, tombado por decreto estadual, o Palácio-Museu Olímpio Campos (PMOC), comemorou nessa quinta-feira, 29, quatro anos da sua restauração. O governo do Estado aproveitou a data festiva para homenagear aquele que foi o audaz idealizador desta restauração, Marcelo Déda, que disponibilizou aos sergipanos, na Praça Fausto Cardoso, o acesso a um pedaço da história do estado para ser apreciada, estudada ou ainda para servir como inspiração às novas gerações.
Mais uma vez, a Casa da República de Sergipe, que tanto era motivo de orgulho, quanto de admiração para o saudoso governador, mistura-se à sua própria história. Foi ali que Marcelo Déda, quando tomou posse em 2007, discursou para o povo que o elegeu e foi ali, que este mesmo povo prestou suas últimas homenagens e se despediu do governador.
Hoje, em uma das paredes do Palácio-Museu, um quadro em tela, descerrado pelo governador Jackson Barreto e pela secretária de Estado e viúva de Déda, Eliane Aquino, retrata e homenageia o simãodiense que figura entre os demais personagens históricos daquele espaço.
“Aproveitamos a data para prestar esta homenagem a Marcelo Déda, que foi quem deu oportunidade à gente sergipana de conhecer essa Casa que sempre foi sede do Poder Executivo de Sergipe. É uma honraria muito bem merecida, muito bem lembrada neste trabalho da direção do museu, no idealismo de Oliveira Júnior, que muito trabalhou para que estas coisas acontecessem. Aqui, ao lado de Eliane Aquino, junto com o povo sergipano, homenageamos Marcelo Déda. Estamos comemorando o quarto ano de aniversário da reforma do Olímpio Campos e, ao mesmo tempo, colocando este quadro que qualifica ainda mais este palácio-museu”, declarou Jackson Barreto.
O quadro em óleo sobre tela do ex-governador Marcelo Déda, feito pelo artista plástico Bené Santana, será incorporado ao acervo do PMOC e exposto ao público no Espaço Olímpio Campos que trata da construção do imóvel, de sua transformação em Palácio e das restaurações promovidas pela “Missão Italiana” e pelo Governo de Marcelo Déda, com a incorporação da função de museu ao Palácio, passando a ser Palácio-Museu Olímpio Campos. Além do quadro de Marcelo Deda, foi realizada a fixação de plotagem com a frase por ele cunhada em seu ato de posse: “Sei que hoje não sou aqui apenas um, nem me caibo na solidão do pronome eu. Aqui e agora sou muitos”.
Admirado com a beleza e a verdade da obra, Jackson se lembrou do episódio evolvendo a obra Moisés, de Michelangelo, a qual, segundo a lenda, quando o artista finalizou a escultura golpeou-a no joelho com a marreta e gritou: ‘Fala!’. “Quando vi este quadro, assim como Michelangelo, quis tocá-lo e dizer: fala Déda! É impressionante a perfeição desta obra”.
Ainda foi instalado no espaço, um painel com plotagem em acrílico que trata do período da restauração do Palácio e que contém trechos do discurso proferido pelo governador Marcelo Déda quando da inauguração do Palácio-Museu em 21 de maio de 2010.
Emocionada, Eliane Aquino recordou que o Palácio fez parte de uma grande felicidade de Marcelo Déda, que acompanhou, minuciosamente, os detalhes da reforma de restauração do prédio, tentando sempre contar a história de quem havia passado por ali.
“A história deste Palácio é muito ligada a Marcelo, lembro-me do discurso de posse dele para o Governo, quando entrou aqui e viu como este espaço estava deteriorado, mas em momento algum ele preferiu fazer seu discurso em um local bonito, ele quis o simbolismo do Palácio, pela história que esse local representa para o estado de Sergipe. Muito antes de assumir o Governo, ele já tinha muita convicção de que se um dia ele fosse governador a primeira coisa que faria era restaurar este Palácio, para que não deixasse a história deste espaço morrer e ele fez isso. Hoje, esta homenagem com uma foto desta, sobre a qual eu falei para o Bené: Marcelo Déda chegou perto de você, usou suas mãos para colocar esta verdade no retrato, pois é uma pintura que ficou idêntica, é a expressão viva e forte do olhar, do sorriso dele que está aqui. É aqui que ele está, que vai contar a história para quem entrar. Isso vai servir para as próximas gerações, e para geração atual, para que possam se inspirar nos valores que Marcelo Déda tinha”, contou Eliane.
O subsecretário de Desenvolvimento Energético, Oliveira Júnior, que na época da reinauguração do PMOC era o então secretário-chefe da Casa Civil, e, portanto, foi também um dos responsáveis pela reforma do prédio, mostrou-se honrado e emocionado na solenidade que, para ele, marca um momento extremamente emblemático para todos que trabalharam com Déda.
“Sergipe percebeu o quanto o restauro do Olímpio Campos foi significativo para Marcelo Déda. Isso porque, nessa obra, acho eu, ele encontrou o eixo de duas preocupações básicas da sua formação cultural e como estadista. Quando ele decide fazer a restauração e usar o Palácio como cenário para o seu discurso de posse, ele retorna à tradição republicana da história política de Sergipe, esse é o principal significado inicial do seu gesto, o republicanismo que ele vai consolidar no exercício do seu governo. Depois a paixão pela arte e pela cultura sergipana”, explica Oliveira Junior .
“Ele se apaixona pela execução da restauração, pois ele vê aqui um laboratório prático das coisas de arte e cultura que ele gostava. Enfim, aqui ele juntou duas paixões: a paixão política, a paixão pela história de Sergipe, o respeito por essa história da República; e em seguida, a paixão pela cultura.O Palácio-Museu completa quatro anos e neste período já prestou serviços relevantes para cultura sergipana, tornou-se ponto de atração cultural, atração política, e, sobretudo, é visitado por milhares de estudantes, porque este é um local de aprendizagem da história, aprendizagem da nossa cultura, preparado com o cuidado, com o rigor e com o zelo por essa história do estado, por essa história da cultura, que realmente, nos fazem render muitas homenagens a Marcelo Déda. Não poderia ser mais justa a homenagem que o governador Jackson Barreto presta, hoje, a ele, com a posição desse quadro e daquela placa”, discursou Oliveira Júnior.
Após a inauguração do quadro, houve apresentação do concerto da Orquestra de Cordas da Sinfônica de Sergipe em memória ao ex-governador. A Orsse apresentou, sob a direção artística do maestro Guilherme Mannis, regência do maestro Daniel Nery e solos da soprano Nalini Menezes.
Foto:
Victor Ribeiro/ASN