O Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) indiciou os pastores Luiz Antônio e Lucas Abreu em investigação que apurou as denúncias de assédio sexual contra mulheres que frequentavam uma igreja em Aracaju. O pastor Luiz Antônio foi indiciado por prática de violação sexual mediante fraude. Já o pastor Lucas Abreu foi indiciado por assédio sexual, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.
O procedimento investigativo foi detalhado em entrevista coletiva realizada de forma on-line na manhã desta quarta-feira, 26.
A diretora do DAGV, delegada Mariana Diniz, informou que as investigações tiveram início logo após a comunicação dos fatos pela advogada das vítimas. “O boletim de ocorrência informava que os pastores, aproveitando-se da condição de líderes religiosos, constrangiam mulheres que frequentavam a igreja. O registro foi encaminhado à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), que instaurou inquérito policial. Como duas vítimas eram adolescentes à época dos fatos, a Delegacia Especial de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vítima (Deacav) instaurou um outro inquérito policial”, detalhou.
A delegada Josefa Valéria, da Deacav, mencionou que uma das vítimas tinha 13 anos e a outra 15 anos. “Naquela época, o pastor Lucas Abreu era líder do grupo de adolescentes da igreja, que se reunia aos finais de semana para estudos bíblicos e atividades religiosas. Nesses encontros, as vítimas relataram supostas práticas libidinosas. Foram iniciadas as investigações e colhidos os depoimentos. Com base no que foi apurado, o pastor Lucas Abreu foi indiciado por assédio sexual e estupro de vulnerável”, especificou.
A delegada Renata Aboim, da Deam, informou que as práticas ocorreram há pelo menos três anos, sendo o fato mais recente acontecido em 2018. “Não foram denúncias iguais, foram situações diferentes. Nós ouvimos 22 pessoas, inclusive duas fora do Estado, entre noticiantes, testemunhas e investigados. Separamos os inquéritos para apurar as condutas de cada um dos investigados. É importante ressaltar que a demora na denúncia causa mais dificuldades para investigarmos os casos, se tratando de qualquer crime, principalmente de crimes sexuais e que não deixam vestígios”, salientou.
O Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) informou ainda que as investigações ocorreram de forma sigilosa e de maneira discreta para resguardar a intimidade das vítimas, assim como todos os casos apurados pela unidade policial. O DAGV reitera ainda que outras possíveis vítimas podem comparecer à unidade policial para o registro das ocorrências e eventual continuidade das investigações. Os dois inquéritos policiais já foram encaminhados ao Ministério Público para adoção de outras providências legais cabíveis a cada caso.