O Laboratório de Química Forense, do Instituto de Analises e Pesquisas Forenses (IAPF), emitiu, em 2021, 1.972 laudos periciais relacionados às análises de drogas brutas. Com as análises, foi possível identificar que as drogas mais comercializadas no estado são a maconha, cocaína, drogas sintéticas – como o ecstasy -, LSD e substâncias líquidas. Além disso, o IAPF identificou que há, pelo menos, 10 substâncias adulterantes que são misturadas à cocaína vendida em Sergipe.
De acordo com o perito criminal Nailson Correia, as amostras de drogas brutas encaminhadas ao Laboratório de Química Forense, em torno de 40% são relacionadas à cocaína. “Esse alcalóide, extraído de uma planta encontrada na América do Sul, tem o uso proibido no Brasil. Em Sergipe, nas nossas análises verificamos que muitos adulterantes são adicionados à cocaína”, destacou.
O perito criminal também alertou sobre os riscos à saúde que são potencializados pelos adulterantes da cocaína. “Algumas das substâncias adulterantes tem efeito de anestésico local, como a tetracaína, que adicionada a outro adulterante que é a cafeína, que é estimulante, acabam potencializando os efeitos cardíacos da cocaína fazendo com que a pessoa possa ter uma parada cardíaca ou um AVC”, evidenciou.
Embora a cocaína, com muitos adulterantes, seja bastante vendida em Sergipe, a maconha é a droga com maior quantidade de apreensões. “Não só no volume de solicitações de exames periciais, mas também na quantidade de droga apreendida. Ressaltamos o trabalho das instituições de segurança nas apreensões dessas drogas”, reforçou Nailson Correia.
Para a identificação do entorpecente, como no caso da cocaína, o material é analisado pelos peritos criminais do Laboratório de Química Forense. “Toda vez que uma amostra é encaminhada ao IAPF, o perito faz, inicialmente, o teste preliminar, que é um teste colorimétrico que vai verificar a presença do alcalóide da cocaína, em que há uma mudança de cor. É um teste preliminar. Após ele, é coletada uma quantidade da amostra e é levada aos equipamentos de alta tecnologia, que vai nos dar a certeza se a substância analisada é proscrita ou não”, informou.
Nailson Correia concluiu que o trabalho da perícia robustece os inquéritos policiais e detalha o tipo do entorpecente e a origem da droga. “É extremamente importante o trabalho do perito oficial criminal dentro do laboratório para robustecer o inquérito policial e ajudar nas investigações. Nós já conseguimos identificar dez formas diferentes de preparo da cocaína, onde os adulterantes variam na concentração, mas tem o mesmo padrão”, pontuou.
Com Informações: SSP/SE