Investigar os problemas da indústria de cimento no povoado Jatobá, Barra dos Coqueiros, é o principal objetivo da pesquisa desenvolvida pela doutora em Ciências Angélica Baganha.
O projeto integra o Programa de Bolsa Estadual de Desenvolvimento Tecnológico Regional (DTR) desenvolvido pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE). A pesquisa está sendo desenvolvida no Instituto Tecnológico e de Pesquisa do Estado de Sergipe.
Segundo Angélica Baganha, nunca foi investigado os problemas causados pela indústria de cimento nos povoados do município da Barra dos Coqueiros. A partir de uma denúncia do Ministério Público de Sergipe (MPE) sobre o coque de petróleo [produto sólido obtido a partir do craqueamento de óleos residuais pesados em unidades de conversão de resíduos] surgiu a necessidade de investigar o coque para saber qual elemento está causando a poluição do ar.
“Os principais objetivos do projeto é ver quais os elementos poluidores do ar que vem do coque do petróleo e fica depositado a céu aberto e no entorno até onde ele vai e se realmente é esse coque que está causando os problemas respiratórios no povoado Jatobá”, afirma Angélica.
A pesquisadora explica que o monitoramento do coque é feito por meio das cascas e folhas de árvores. A partir do material coletado, é possível identificar qual material fica depositado na casca e nas folhas das árvores. Depois da coleta do material e a próxima etapa da pesquisa foi coletar dados de saúde dos últimos 10 anos.
“Coletei dados de saúde de 10 anos para cá de todos os pacientes. A partir da análise já vi que o enxofre, o fósforo, o vanádio, e o níquel são provenientes do coque do petróleo. Percebi que o que está contaminando são esses quatro elementos que estão no coque. Esse coque é usado na fabrica cimento para aquecer o forno é ele que mantém o fogo aceso e funciona como combustível”, detalha Angélica.
Resultados
Segundo Angélica Baganha, os primeiros resultados apontam que as principais substâncias do coque de petróleo que alcançam o povoado Jatobá são o enxofre e o fósforo. “Essas duas substâncias provocam graves problemas respiratórios. Então, se você for ao povoado Jatobá e passar o dedo nas portas da casa sai uma fuligem preta. Consegui encontrar esses quatro elementos poluidores e vou relacionar esses dados de saúde com esses elementos”.
Angélica Baganha ainda explica que as substâncias do coque do petróleo podem causar sérios problemas de saúde. “As principais doenças que esses elementos dispersos no ar podem causar são asma, bronquite, conjuntivite, todos esses problemas respiratórios. Agora vanádio e níquel são perigosos porque eles são cancerígenos. Só que isso em 10 anos não tem como perceber, pois são problemas que só vão aparecer depois de 40 anos”.
Alternativas
Uma alternativa para coibir a ação dessas substâncias poluidoras é a construção de um galpão pelas indústrias de cimento para evitar que o coque se espalhe. “É só fazer um galpão para guardar o coque. Só isso já iria minimizar 90% do problema. Essas fábricas de cimentos novas que estão sendo instaladas já estão adotando o galpão. Uma alternativa seria fazer um galpão para o coque não ficar a céu aberto”.
Por: Assessoria de Comunicação
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