Pela primeira vez, cientistas dizem que celulares podem aumentar risco do aparecimento de alguns tipos de câncer para quem usa o telefone durante mais de meia hora por dia ao longo de pelo menos 10 anos.
Esta semana, a Organização Mundial da Saúde, a OMS, soltou um alerta que deixou muita gente preocupada. Haveria uma possível ligação entre o uso do celular e o surgimento de tumores no cérebro. O Fantástico ouviu os maiores especialistas do mundo para você entender o que a ciência tem a dizer sobre esse alerta e ainda preparamos um serviço completo para você usar seu telefone celular sem medo.
Estamos cercados de radiação e não podemos fugir dela. A maior fonte é o sol. Antenas de rádio, como o nome diz, emitem radiação. Assim como as de TV e de celulares. Redes de transmissão sem fio, telefones sem fio – a maioria dos aparelhos do nosso dia a dia emite algum tipo de radiação.
No Brasil, o doutor Gláucio Siqueira é especialista em as ondas eletromagnéticas, explica que a quantidade de radiação dos celulares é regulada em lei e é muito baixa para causar danos. Ele levou um sensor de radioatividade para fazermos testes com vários aparelhos.
Encostando os telefones no sensor, como no ouvido, ou afastando. “Essa é a mais sensível que você possa imaginar. Se a gente andar com o celular pelo ambiente, a gente vai ver que o nível de energia é da ordem de um milésimo, dois milésimos, três milésimos. Mas se você trouxer um dos seus aparelhos colado na antena e fizer uma atualização de dados”, explica o doutor Gláucio.
Subiu para 600, 900, 1400 está variando bastante. Afastando um pouquinho, cai para 0,2.
Com outro aparelho mais simples, mesmo perto, o aparelho marcou 1. “O aparelho mais simples, que não transmite dados, transmite menos energia”, explica o doutor.
Outro telefone, quando aproxima, marca a mesma coisa, chega até 6. Agora, quando chega longe, na distância de 40 centímetros, que é a mesma distância que botar no fone de ouvido, fica praticamente nula a radiação.
Então, atenção: a maioria dos celulares vem com fone de ouvido. Use! Um estudo americano, que influenciou a decisão do painel de cientistas, mostra que o campo eletromagnético do celular aumenta a atividade elétrica do cérebro, elevando também a temperatura local.
A pesquisadora Ubirani Otero, chefe do setor de câncer ocupacional do Inca, alerta: “A radiação esquenta o cérebro. Esses efeitos térmicos já tão bem descritos. Como alguns estudos já citam: perda da memória, dificuldade de aprendizagem”.
Crianças têm o crânio mais fino, o cérebro em formação. O calor penetra mais fundo. Daí a necessidade de ter mais cuidado com elas.
Algumas precauções que podem ser tomadas, segundo os especialistas:
– Evite o uso de celulares por crianças;
– Não deixe o celular sob o travesseiro nem use como despertador. Assim seu corpo não recebe radiação durante o sono;
– Evite carregar o telefone no bolso ou pendurado no cinto: use bolsa ou mochila;
Quando puder, mande mensagens de texto. É mais barato e você usa afastando o telefone para escrever.
Lembrando que tudo isso é precaução. Até agora, o único uso de celular que certamente faz mal para a saúde é no trânsito. Dirigir falando ou mesmo lendo e escrevendo mensagem, aumenta em quatro vezes o risco de acidente.
Fonte: Globo.com