O caso das irmãs de Itaporanga D’Ajuda que teriam sido estupradas com a conivência da mãe e expostas a uma suposta rede de pedofilia teve uma grande reviravolta. Após investigação minuciosa comandada pela delegada da cidade, Mariana Amorim, a polícia chegou à conclusão de que tudo não passou de invenção das meninas que contaram essa história, a mando do pai, para prejudicar a mãe.
De acordo com a delegada, o pai das meninas é o grande responsável. “Ele treinava as meninas, escrevia os nomes e mandava que elas decorassem”, apontou. Mariana Amorim revelou, ainda, que o pai entrou em contato com mãe exigindo pensão alimentícia para ficar com as crianças. “Caso ela não depositasse o valor, ele estava ameaçando entrar com processo contra ela. São dois adultos insanos que foram bastante negligentes e os maiores prejudicados foram as crianças”, disse.
Sobre o primeiro laudo emitido pelo Instituto Médico Legal de Maceió, a delegada ressaltou que os supostos indícios de atos libidinosos não eram claros. “Esses indícios podem ter sido de uma queda, uma infecção vaginal, por isso tivemos o cuidado de pedir outro laudo que descartou a hipótese de estupro”, afirmou.
Diante do caso elucidado, a delegada lamentou a atitude do conselheiro tutelar, que não teve o nome divulgado. Segundo ela, o conselheiro não agiu de forma profissional. “Não trabalhou de forma responsável. Uma coisa são as pessoas ouviram os relatos e tomarem partido. Nosso papel não é esse, porque o tempo todo as meninas foram massacradas e tinham que ir para a mídia. Além disso, em dois anos, nenhum psicólogo acompanhou as meninas, ou seja, a rede de proteção à criança não funcionou”, disse.
Mariana Amorim revelou que indiciou tanto o pai, quanto o conselheiro tutelar. O responsável pelas meninas foi indiciado por denunciação caluniosa, corrupção de menor e exposição de menor a meio vexatório. Já o conselheiro tutelar, por exposição de menor a meio vexatório.
Por Bruno Almeida
Foto: Marcos Couto