Equipes da Delegacia de Aquidabã realizaram na última sexta-feira, 25, a prisão dos irmãos Atelmir Lima dos Santos, mais conhecido como “Mi”, de 24 anos e James Lima dos Santos, também chamado de “Victor”, de 29 anos. Eles são filhos de José Lima Santos, vulgo “Salvador Ferreiro”, de 59 anos, preso no dia 09 de agosto. Os três são acusados de terem assassinado e ocultado o cadáver da idosa Vaudira Joaquim de Jesus, de 63 anos, crime bárbaro ocorrido na madrugada do dia 7 de agosto deste ano, entre os povoados Tapuio e Arranhento, na zona rural de Aquidabã.
De acordo com o titular da Delegacia de Aquidabã, Wanderson Bastos, o crime revela uma relação de ódio envolvendo as famílias de José Lima e Vaudira que vem desde o ano de 2015. “Em 2015, por causa da venda de um cavalo, um filho de Vaudira teria matado um filho de José Lima com um tiro na cabeça. Nesse mesmo episódio, Salvador, como José Lima era conhecido, tentou matar Vaudira, atingindo-lhe a perna direita com dois disparos de arma de fogo. De lá para cá, as coisas só se agravaram. Há alguns meses, por exemplo, dentro do Fórum da cidade, antes da audiência relacionada à tentativa de homicídio de Salvador contra Vaudira, ele disse a uma das filhas da vítima que ainda este ano mataria sua mãe”, explica o delegado Wanderson Bastos, que presidiu as investigações.
Dia do crime
Na segunda-feira, dia 7 de agosto, dona Vaudira saiu de casa, ainda pela madrugada, a fim de ir consultar-se no posto de saúde do povoado Arranhento. Foi quando ela sumiu. A partir desse sumiço, segundo o delegado Wanderson Bastos, teve início a investigação para verificar o paradeiro da idosa. “O sumiço, por consequência, fez com que duas de suas filhas fossem à delegacia no dia seguinte, para registrar o desaparecimento da mãe. Enquanto faziam o registro, porém, alguém próximo à família telefonou para informar que uma sandália da vítima tinha sido enco7ntrada à margem da rodovia que liga Aquidabã a Graccho Cardoso, na divisa entre os povoados Tapuio e Arranhento, ao lado de alguns respingos de sangue. Assim, nós fomos até o referido ponto, a fim de dar início, com base nessa pista, à procura da vítima”, acrescenta o delegado.
Após incursão num matagal, as equipes encontraram as vestes da vítima com vestígios de sangue. Diante disso, o delegado acionou militares do Corpo de Bombeiros (CBM), que prontamente iniciaram as incurssões em mata e mergulho.
“Os bombeiros militares mergulharam num espelho d’água, contíguo ao local onde achamos a sandália de Vaudira, e entraram na extensa área de mata, lá ficando por bastante tempo, tentando localizar o corpo da vítima, mas não houve resultados. Portanto, no dia seguinte (quarta), acionamos o canil do CBM, que chegou no início da tarde. Os cães farejadores adentraram o imenso terreno. Horas depois, foi achada uma cova, onde os acusados enterraram o corpo de Vaudira, precisamente dentro da propriedade de Salvador Ferreiro que, como dito, tanto jurara a vítima de morte como efetivamente já tinha tentado matá-la”, continua Wanderson.
Ato contínuo, o próprio delegado deu voz de prisão a Salvador, pelo flagrante de ocultação de cadáver, e representou pela sua prisão preventiva, em face do homicídio de Vaudira.
“A prisão de Salvador impulsionou nossa investigação e nos fez descobrir que seus dois filhos, James e Atelmir, seriam coautores do assassinato. Tudo foi planejado com frieza, precisão e requinte. Os acusados prepararam, dentro da propriedade de Salvador, uma cova com cerca de um metro de profundidade. Assim, na madrugada da segunda, 7 de agosto, quando a vítima caminhava em direção ao posto de saúde, golpearam-na no rosto com um facão, amarraram-na com uma corda, laçando-a pela boca, e arrastaram-na uns quinhentos metros até o local da cova, onde atearam fogo em parte de seu corpo e a enterraram. Ainda encharcaram a cova com querosene para que o cheiro do cadáver não atraísse a atenção de pessoas ou aves de rapina. Ademais, James e Atelmir embriagaram-se antes de cometer o crime. O mais sórdido nesse caso, entretanto, é que os acusados arquitetaram a morte de Vaudira exatamente às vésperas do aniversário de dois anos de morte do filho de Salvador, assassinado pelo filho dela”, esclarece o delegado.
Elucidado o crime, o delegado representou pela prisão de Altemir e James, que foi decretada no dia 24 de agosto. Salvador Ferreiro já estava preso desde o dia 9. Ele negou a acusação. James e Altemir se apresentaram na delegacia de Aquidabã na última sexta, 25, acompanhados de advogado. Eles optaram por permanecer em silêncio.
Os três acusados deverão ir a júri popular.
Fonte: SSP/SE