Marina Silva (PSB) treina para engrossar a voz e para tirar de sua fala tantos termos acadêmicos. Dilma Rousseff (PT) tenta conter seus gestos de prepotência e tantas frases truncadas em suas respostas. Já Aécio Neves (PSDB) distribui sorrisos durante as perguntas e sempre ensaia uma intimidade com o entrevistador, chamando-o pelo nome.
Os três presidenciáveis são os principais exemplos de como o treinamento de mídia entrou na agenda dos políticos. Mistura de dicas de retórica, controle emocional e comunicação gestual, o chamado Media Training serve para evitar gafes, esconder deficiências do candidato e apresentá-lo de uma forma mais simpática ao espectador-eleitor.
“Não adianta fingir que é bonzinho, porque a máscara pode cair diante das câmeras. Tem que ser um estado de espírito. O candidato não pode levar o jornalista e suas perguntas pelo lado pessoal. Caso contrário, pode perder as estribeiras”, ensina Áurea Regina de Sá, professora e consultora no assunto.
Os treinos com os políticos incluem entrevistas com perguntas desafiadoras e agressivas, simulando uma situação real. Há relatos de candidatos que choram e outros que partem para a briga nesses ensaios. Tudo isso para que, na hora H diante das câmeras, eles respondam com tranquilidade até sobre os temas mais espinhosos de sua carreira e sua campanha.
“O político não pode dar uma de louco e ter um chilique em público. Ele deve respeitar o jornalista, mas também deve exigir respeito. Isso deve acontecer por meio de sua postura e suas respostas”, afirma Nancy Assad, autora do livro “Media Training, Como Construir Uma Comunicação Eficaz com a Imprensa e a Sociedade”.
Fonte: Portal UOL
Arte: UOL