A rede municipal de Aracaju já atendeu a mais de 10 mil casos relacionados à covid-19 nas unidades de saúde entre os dias 26 de março e 7 de junho. Foram, ao todo, 10.078 usuários atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de referência ou nos hospitais municipais Fernando Franco e Nestor Piva.
Mais especificamente, foram 9.180 nas oito UBS e 898 nos dois hospitais, enquanto os cerca de dois mil restantes passaram por outras unidades. “O que vemos é que a grande maioria da população tem procurado as UBS de referência, que são voltadas para síndromes gripais e covid exatamente para evitar a disseminação do vírus e conter a curva de crescimento da doença”, afirma a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza.
Mais especificamente, no período entre 3 de abril e 7 de junho, 5.439 usuários foram atendidos no contêiner do Hospital Fernando Franco, apresentando mais demanda durante o dia (4.118 atendimentos) do que à noite (1.321 atendimentos).
Do total de pacientes que entraram na rede pelas UBS ou pelos dois hospitais, 71 foram encaminhados ao Hospital de Campanha Cleovansóstenes Pereira Aguiar, onde, atualmente, 23 pacientes estão internados, 48 tiveram alta, 7 foram transferidos para UTIs e 5 foram a óbito.
Somente nos primeiros sete dias de junho, 1.382 pessoas estavam sendo acompanhadas pelo MonitorAju, ferramenta criada pela administração monitorar suspeitas, confirmações ou mesmo comunicação relacionadas à doença.
A advogada Ivani de Souza Santana, 28 anos, foi uma das pessoas que passaram pela rede municipal. Diagnosticada com covid ainda em março, ela foi uma das primeiras a ser acompanhada pelo MonitorAju, depois de voltar de uma viagem a Recife.
“Fui a trabalho e, quando retornei, o serviço tinha acabado de ser implantado. Fui acompanhada por conta da viagem e, dias depois, comecei a apresentar sintomas. Um tempo depois, senti muita falta de ar e fui para o Hospital Fernando Franco, onde fui diagnosticada”, relata Ivani.
Ela diz que, como já estava sendo monitorada e acompanhada pela equipe do MonitorAju, era alertada de que poderia estar com a doença, o que a ajudou na hora em que recebeu a confirmação. “Eles sempre passavam mensagens positivas que me deixavam mais tranquila, mesmo com a confirmação médica, que eu já aguardava. Então, o pior mesmo foi a questão do isolamento em si”, assegura.
Para ela, o cuidado que recebeu na rede, seja na unidade ou no monitoramento, foi determinante para a recuperação. “Foi mais do que importante, inclusive eu já agradeci à equipe e reforço aqui, porque foi um divisor de águas. O contato não foi físico, mas foi humanizado. Toda palavra de carinho, apoio e até oração, foi fundamental para a minha total recuperação, do corpo e da mente”, assegura.
Psicopedagoga, Elaine Cristine Campos Santos Mota, 38 anos, também recebeu diagnóstico, acompanhamento e tratamento da rede municipal de saúde de Aracaju. “Comecei a perceber alguns sintomas e procurei o Hospital Zona Sul, onde fiz o teste e fui muito bem tratada, a equipe foi excelente. Recebi todas as orientações, que, inclusive, foram reforçadas pelo médico, e depois passei a ser acompanhada pela equipe do monitoramento”, lembra Elaine.
Ela não tem dúvidas de que o suporte que recebeu, para além das questões clínicas, trouxe um conforto muito grande. “E isso é fundamental para quem está afastado da família, das atividades laborais.. a gente fica mais fragilizado. E saber que pode contar com uma rede de apoio é muito gratificante, reforça a autoestima”, garante.
Planejamento
A secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, explica que essa sempre foi a maior preocupação da administração, dar acesso a todas as pessoas que apresentassem sintomas com provável infecção por coronavírus, orientá-las e acompanha-las diariamente. “Naquele primeiro momento, criamos o MonitorAju, que foi a primeira porta de entrada pensada”, afirma.
Com o Plano de Contingência, vieram também as oito unidades básicas voltadas para síndromes gripais. “Isso evitou um caos na rede, pois conseguimos drenar grande parte da população, que teria ido para as portas de urgência, até para evitar aglomerações e um aumento na contaminação entre as pessoas”, ressalta a secretária.
A gestão também criou outros fluxos específicos, como os espaços exclusivos nos dois hospitais. “Dessa forma, criamos diversas portas de entrada para o paciente, que são exatamente para que apresenta sintoma leve e precisam de orientação, já que, segundo a OMS, cerca de 80% apresentam essa condição”, reitera Waneska.
Com essas ações, surgiu a necessidade de ampliação dos leitos de retaguarda, o que foi possível com a montagem do Hospital de Campanha, que reúne leitos de baixa e média complexidades e atua como um local de transferência para esses pacientes. “A unidade tem tido uma resolutividade muito grande e atende ao objetivo”, garante.
Além disso, foi construído um protocolo em parceria com o Governo do Estado, a partir do qual ficou definido que os casos de alta complexidade, que requerem leitos de UTI, ficariam sob a gestão estadual. “Vejo uma rede bem estruturada do ponto de vista da assistência, com várias portas para a baixa e média complexidade e uma retaguarda importante para atender aos pacientes que precisam ser internados e transferidos”, resume a secretária.
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Por: Tirzah Braga /Diretora de Imprensa
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