O Banco de Leite Humano (BLH) Marly Sarney, unidade vinculada à Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), faz um importante alerta sobre a amamentação cruzada, ou seja, quando uma mãe amamenta ou doa o leite materno cru, sem o processo de pasteurização, para o bebê de outra mulher. A amamentação cruzada é perigosa para o bebê porque pode transmitir doenças.
A prática da amamentação cruzada não é recomendada no Brasil, de acordo com as normas sanitárias vigentes como a Resolução Diretoria Continuada (RDC) 171 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Portaria n° 1.016 de 26 de Agosto de 1993 do Ministério da Saúde. Uma alternativa à amamentação cruzada é doar o leite excedente a um Banco de Leite Humano. O leite doado é pasteurizado e distribuído para bebês prematuros internados em unidades neonatais.
A gerente do BLH e nutricionista, Miriam Duarte, orienta que toda mulher que queira doar leite materno deve entrar em contato com um banco de leite mais próximo, pois esse leite vai passar por um processo adequado de pasteurização, onde serão mantidas as propriedades nutricionais e serão eliminados alguns micro-organismos que possam existir. “Toda mulher cadastrada como doadora tem os exames avaliados pela equipe médica para verificar se não tem nenhum tipo de Infecção Sexualmente Transmissível (IST), como sífilis, HIV e hepatites, por exemplo, pois essas infecções transmitem os vírus através do leite materno”, informou.
A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, vinculada ao Instituto e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é referência mundial, inclusive pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Existem nas mídias sociais muitas informações equivocadas. No entanto, é preciso ter o controle de qualidade para se ter uma segurança alimentar para os bebês que recebem o leite doado, que só um banco de leite referendado pelo Ministério da Saúde tem. É importante procurar um banco de leite mais próximo”, afirmou Miriam Duarte.
Segurança
Thaís São Pedro de Santana, natural de Itabaiana, é mãe de Maria Liz, que nasceu com infecções graves e precisou ser transferida para a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) da MNSL, que é referência estadual para o tratamento de recém-nascidos de alto risco, e a bebê precisou receber doação de leite materno. “Eu fiquei sem poder amamentar a minha filha, mas ainda bem que existem mulheres, as quais se preocupam em doar para suprir as necessidades de outras mães, ajudando outras crianças. E também, como é importante a existência dos bancos de leite. As profissionais são muito boas e explicaram-me o processo e eu vi todo o cuidado que elas têm. Então, sinto-me segura com a alimentação da minha bebê, porque sei da seriedade deste serviço e da importância do leite materno. Estou tranquila e agradecida”, disse Thaís.
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Por: Ascom/SES