No mês da conscientização sobre a hanseníase, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) se engaja ao Janeiro Roxo e prepara uma série de ações que terão como focos o diagnóstico precoce e o combate ao preconceito. O ponto alto da campanha será um seminário estadual sobre a hanseníase, previsto para acontecer na última semana de janeiro, voltado para médicos e enfermeiros da Atenção Primária dos 75 municípios sergipanos.
Quando se trata de hanseníase fala-se de um grande problema de saúde pública no país e em Sergipe o cenário é preocupante. Em 2018 foram 322 casos novos em adultos, o que dá uma taxa de detecção de 13.93 para cada 100 mil habitantes, o que coloca o Estado em condição de alta endemicidade. Igualmente inquietante é a taxa de novas ocorrências em menores de 15 anos, que continua elevada. Neste público, o número de casos novos foi de 29 em 2018. Os números de 2019 apontam 314 novos casos em adultos e 22 em menores de 15 anos.
Para a diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Mércia Feitosa, o Janeiro Roxo traz a possibilidade de levar à população as informações sobre a doença, suas estatísticas e complicações. “Quanto mais as pessoas tiverem conhecimento de que a doença existe, que pode incapacitar, que é transmissível, que crianças estão adoecendo e ao mesmo tempo orientar os profissionais para que intensifiquem a busca ativa de novos casos, mais chance temos de diagnósticos precoces e tratamentos oportunos”, disse.
Segundo ela, durante todo o Janeiro Roxo a Vigilância em Saúde da SES estará focada na conscientização social sobre a hanseníase para falar sobre a doença e divulgação de dados; motivar e orientar os municípios dentro da temática para ações nos territórios; distribuição de material educativo junto à população e profissionais de saúde, finalizando com um grande seminário sobre a doença.
Combater o preconceito que envolve a doença é uma das metas da campanha como destaca Feitosa, para quem toda discriminação e estigma em torno da patologia levam muitos pacientes a abandonarem o tratamento e outros a sequer buscarem o diagnóstico. “E isso é um problema a mais que precisa ser enfrentado, porque a hanseníase tem cura desde que seja diagnosticada e tratada. E mais importante, a transmissão é interrompida após as primeiras doses do tratamento”, disse.
Sintomas mais frequentes
Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade ao calor e frio, ao tato e à dor; áreas com diminuição dos pelos e do suor; dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; inchaço de mãos e pés; diminuição da sensibilidade e da força muscular da face, mãos e pés, devido à inflamação de nervos; úlceras de pernas e pés; nódulos no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos; febre, edemas e dor nas articulações, entre outros.
Diagnóstico
O diagnóstico da Hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio do exame geral e dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas, motoras e autonômicas. O diagnóstico é feito pelas equipes de profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) na Atenção Primária.
Transmissão
A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, ou seja, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas. A via de eliminação do bacilo pelo doente são as vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe), por meio de contato próximo e prolongado.
Tratamento
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença em unidades básicas de saúde e em referências. Os medicamentos são seguros e eficazes, devendo o paciente tomar a primeira dose mensal supervisionada pelo profissional de saúde. As demais são auto-administradas. Ainda no início do tratamento a doença deixa de ser transmitida.
Fonte: SES/SE