A amizade que durou mais de 30 anos, a parceria política e a admiração pela inteligência, cultura, compromisso com os que mais precisam e legado de Marcelo Déda foram a base do discurso do prefeito Edvaldo Nogueira, na noite deste domingo, 11, durante a inauguração, no Parque da Sementeira, do monumento em homenagem ao ex-governador sergipano, que, se vivo estivesse, teria completado 58 anos nesta data.
“Este é um momento extraordinário. Conheci Marcelo Déda em 1979, quando entramos na universidade – eu em Medicina, ele em Direito. Desenvolvemos uma grande amizade, acima dos partidos e das ideologias. Nossa amizade foi rara, com respeito, fraternidade, companheirismo e união. Da nossa geração, Déda foi o mais brilhante. Seu talento, sua cultura geral, ele falava com prioridade sobre qualquer coisa e, em seus discursos, era capaz de eletrizar a todos nós. Mas Déda não era apenas um bom orador. Ele tinha muitas outras grandes virtudes: uma inteligência excepcional, sagacidade, era comprometido com aqueles que mais precisavam, era um homem de partido, de posição definida, dono de uma visão larga de futuro. Ele marcou a todos nós”, destacou o prefeito.
Edvaldo ressaltou que o monumento Marcelo Déda é mais uma forma de manter vivo o legado do ex-prefeito da capital e ex-governador sergipano. “O tempo que viveu, Déda viveu intensamente. Foi deputado, foi um grande prefeito e um dos maiores governadores do nosso Estado. As ideias de Déda continuam vivas e precisam ser levadas adiante. O legado dele será muito importante para as futuras gerações. Estou muito feliz por ser prefeito neste momento. No céu, brilha uma estrela que é Marcelo Déda, e, no coração de Aracaju, recebemos este monumento, que é um presente para a cidade. As ideias de Déda são tão fortes que não morrerão jamais. Déda vive”, afirmou.
Eliane: “Não é só uma obra. É um legado”
Vice-prefeita de Aracaju e viúva de Déda, Eliane Aquino fez um discurso de agradecimento. “Só agradecer é o que eu quero. Nesta data do aniversário de Déda, há um misto de sentimentos em mim: gratidão, saudades e felicidade. Felicidade, por inaugurar o monumento. Gratidão a Deus, por ter nos presenteado com este grande estadista e homem público. E a saudade pelo vazio na alma de não termos mais ele entre nós. Marcelo Déda nos deixou alguns pedidos, entre eles manter os cinco filhos unidos para cuidarem uns dos outros, a publicação do livro de poesias todo organizado por ele, a criação do instituto para preservar sua memória e a colocação de suas cinzas na árvore que ele plantou na Sementeira. Foi possível fazer mais: este lindo monumento. Não é só uma obra. É um legado”, declarou.
Um dos responsáveis pela obra, o governador Jackson Barreto disse que o monumento é uma das formas de mostrar que o legado e história de Marcelo Déda “não serão esquecidos”. “Com Déda, conhecemos outro tempo para o Estado. Nunca tergiversei sobre a construção deste monumento. Estamos aqui para homenagear Déda e para dizer que ele faz muita falta a Sergipe e ao Brasil”, afirmou.
Diretor do Instituto Banese, Ézio Déda, definiu a obra como uma forma de expressão da “temporalidade de um estadista emblemático para Sergipe”. “Trata-se de equipamentos simbólico que tèm momentos importantes da biografia de Marcelo Déda”, explicou ele, ressaltando que a obra se tornou possível “graças ao empenho e sensibilidade do governador Jackson Barreto e ao apoio do Banese e do Instituto Banese”, além de citar o suporte técnico da prefeitura de Aracaju, através das empresas municipais de Obras e Urbanização (Emurb) e de Serviços Urbanos (Emsurb).
O Monumento a Marcelo Déda é um espaço de reflexão e contemplação. À sombra da árvore plantada por ele, foi erguida uma estátua de Déda com uma representação do jornal ‘A Semana’, de Simão Dias. As cinzas do ex-governador foram colocadas sob a árvore e no espelho d’água que também faz parte do monumento. A construção foi feita pelo Governo do Estado e pelo Instituto Banese. O Instituto Marcelo Déda colaborou com a logística para implantação do projeto.
No espelho d’água, há, em granito, o mapa de Sergipe. Uma nascente foi colocada em cima da localização do município de Simão Dias, terra natal do Governador. Ao redor do espaço do espelho d´água, há 53 estrelas, que representam os anos vividos por Déda. Combinadas com o azul escuro do céu, as estrelas acenderão à noite. Embaixo do grande disco, ao centro do monumento, luzes de led darão efeito de que o ambiente estará flutuando, em consonância com o toque do vento. Ao fundo, estão seis painéis, cinco representam cada década vivida por Déda desde o nascimento, com informações biográficas. No meio dos totens, um poema está cravado como lembrança da oratória e dos discursos marcantes de Déda.
Centenas de pessoas acompanharam a inauguração do monumento. A Orquestra Jovem de Sergipe fez abertura da solenidade. Políticos de expressão nacional, como o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, e o senador por Pernambuco, Humberto Costa, além de políticos locais, autoridades, familiares de Déda e secretários municipais e estaduais compareceram ao evento. A banda Samba do Arnesto encerrou a noite de homenagens.