O quarto dia de sessão extraordinária remota da história da Assembleia Legislativa de Sergipe, nessa quinta-feira (30), além da votação de algumas moções, foi marcado pela participação do secretário de Estado da Saúde, Valberto Oliveira, que a convite do presidente da Casa, deputado estadual Luciano Bispo (MDB), ficou à disposição dos parlamentares para possíveis questionamentos sobre a Pasta e sobre o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Durante sua exposição, o secretário respondeu a diversos questionamentos, desde a estrutura que vem sendo montada pela Saúde estadual com leitos de UTI e aquisição de respiradores, como também de equipamentos de proteção individual (EPIs) e álcool em gel. Valberto respondeu as perguntas dos deputados sobre os números da Covid no Estado e em diversos municípios sergipanos, e também aproveitou para se despedir do cargo já que precisa se licenciar para disputar as eleições deste ano.
O secretário agradeceu a oportunidade de fazer alguns esclarecimentos para os deputados estaduais e avaliou o encontro virtual como importante porque todos querem ter conhecimento das medidas de prevenção e enfrentamento à pandemia. “Falamos da quantidade de leitos que temos disponíveis, dos equipamentos que compramos, dos EPIs que a gente já disponibilizou para toda a rede de Saúde do Estado, em especial de Aracaju”.
Valberto reconheceu que a dificuldade para encontrar e comprar EPIs é de amplitude nacional, mas destacou que o governo de Sergipe tem como notícia muito positiva a aquisição de 60 novos respiradores, além dos que já tinha recebido. “Até o dia 10 ou 15 de maio nós vamos conseguir ter uma quantidade de leitos de terapia intensiva (UTI) que serão colocados à disposição da população”.
Um dos aspectos muito questionados pelos deputados estaduais ao secretário se deu sobre as medidas de flexibilização das atividades comerciais. Há uma preocupação de todos com o crescimento do número de infectados. “Isso é natural! Na medida em que você flexibiliza, você tende a aumentar esta curva. Na medida em que você faz mais exames, você aumenta essa curva. É uma somação de fatores que elevam a curva”.
“O que a gente não quer é que essa subida cause um congestionamento e um estrangulamento da nossa rede hospitalar. Os leitos que estamos disponibilizando para o Covid são exclusivos. Eu tenho leitos de UTI para cirurgias cardíacas e oncológicas que não podem ser comprometidos em hipótese alguma”, completou o secretário.
Valberto Lima respondeu a questionamentos diversos sobre riscos de contágio do coronavírus nas ruas, nos empreendimentos, entre internos de medidas socioeducativas e em presídios, como também argumentou que o governador Belivaldo Chagas (PSD), mesmo contrariando alguns setores, como a classe empresarial, por exemplo, tem dado prioridade para as orientações dos especialistas em saúde.
Ele também alertou sobre as dificuldades para a aquisição de respiradores por conta dos novos preços aplicados pelo mercado para a venda dos equipamentos. “É um momento em que, infelizmente, a gente não pode regular. Em um período normal, eu compraria respirador a R$ 15 mil ou R$ 20 mil e respirador muito bom a R$ 50 mil. Hoje, no mercado, este mesmo aparelho sai por R$ 300 mil, R$ 350 mil. Infelizmente não existe uma regulação que impeça esse comportamento”.
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Por: Habacuque Villacorte – Rede Alese
Foto: Júnior Ventura