O secretário de Estado da Saúde, José Almeida Lima, esteve até meados da tarde dessa quarta-feira (30), na Sala de Comissões da Assembleia Legislativa, para prestar contas do 1º quadrimestre de exercício de 2017 para os membros da Comissão de Saúde da Alese. A presidente da Comissão, deputada Sílvia Fontes (PDT), recepcionou o secretário. Na oportunidade, Almeida falou muito sobre a situação dos pacientes oncológicos, do déficit financeiro da Pasta, da chegada de novas unidades do Samu para a capital e o interior, além da unificação em um único prédio de toda a estrutura administrativa da secretaria. Ele também lamentou o “sucateamento” da Saúde quando assumiu o desafio e falou sobre o futuro das Fundações de Saúde.
Ao fazer sua exposição, Almeida Lima relatou que logo no início de sua gestão na Saúde teve um grande desafio pela frente que foi cumprir um acordo judicial firmado na 4ª Vara Cível Federal em uma Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o Estado (leia Secretaria de Saúde e Fundação Hospitalar). “Era para este acordo ter sido cumprido integralmente em 2016, mas foi realizada uma audiência em novembro passado onde ficou constatado que nada foi feito. Felizmente o Judiciário nos concedeu mais um ano para que a gente pudesse cumprir o acordo”.
O secretário não escondeu uma espécie de “sucateamento” da Saúde Estadual quando assumiu a Pasta. “Inúmeros serviços estavam cancelados, suspensos. Os equipamentos estavam quebrados ou obsoletos. A situação não está plenamente regularizada, mas o ganho de lá para cá é visível! Tínhamos pacientes internados no hospital que precisavam fazer exames em outras unidades conveniadas porque conta dos débitos ou equipamentos inexistentes. Começamos a solucionar. Tínhamos três tomógrafos fora de uso. Mandamos consertar e reparamos dois deles. Adquirimos outros três e um está para ser instalado. O segundo irá para Itabaiana e o terceiro para Estância. No início faltava tudo no nosso almoxarifado; hoje estamos com ele cada vez mais cheio”.
Oncologia
Em seguida, Almeida destacou algumas conquistas de sua gestão como a implantação de um “3º turno” no Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) para o atendimento dos pacientes oncológicos. “Atendemos 20 pessoas até sexta-feira (25). A nossa meta é que até o final do ano a gente consiga zerar a fila de espera. São 140 sessões nos dois turnos e também queremos ampliar o atendimento no 3º turno. Estamos em contato direto com o Ministério da Saúde e com a empresa que faz a importação do acelerador linear”.
“A informação é que, na noite de segunda (28), chegou ao porto de Santos (SP) o navio procedente dos Estados Unidos com o aparelho. Superados uns 15 dias para a burocracia alfandegária, ele estará chegando aqui para ser instalado. O convênio que celebramos com a Clinradi acabou com as viagens para tratamentos em outros Estados. Estamos conversando com o Hospital Cirurgia e estamos trabalhando duro para zerarmos esta fila”, explicou o secretário.
Almeida reconheceu os problemas com os exames de ressonância magnética e disse que uma das duas máquinas já foi reparada. E que outra nova foi adquirida, junto à Siemens, por R$ 3,2 milhões, e que tem previsão para chegar em até 45 dias. “A Casa não está arrumada ainda, é algo amplo e que estamos passando o pente fino. Estamos neste processo de arrumação. Agora vamos envolver o interior. Começamos a fazer auditorias nas farmácias das unidades hospitalares do Estado para termos um controle maior, um comando. Estamos nos antecipando aos fatos”.
Déficit financeiro
Em resposta ao questionamento do deputado estadual Georgeo Passos (PTC), Almeida explicou que “o déficit nos primeiros meses são da ordem dos R$ 70 milhões, o que significa que sem esse dinheiro nós conseguimos atravessar um grande caminho até agora. Mas, com o aporte desses recursos em breve, será um alento muito grande. Aí você, com a estrutura mais alinhada, deixa de andar com freio de mão puxado e dá aquele arranque! Com esse aporte de R$ 75 milhões, aproximadamente, o problema da ressonância magnética já estaria resolvido”, assegurou Almeida Lima, pontuando que “Sergipe não é uma ilha” e que também enfrenta dificuldades financeiras.
ALM_5493Mudança de Prédio
Sobre a concentração da estrutura da Secretaria em um único prédio (antigo Mistão), Almeida Lima falou em economia. “A redução de gastos não será de apenas R$ 90 mil por mês, mas será muito maior. Teremos um controle mais amplo, com uma maior fiscalização”, disse, revelando que a secretaria de Estado da Saúde ocupa atualmente 14 prédios, sendo que quatro deles são alugados e em outro (10 andares no Edifício Maria Feliciana) o gasto mensal com condomínio é da ordem de R$ 40 mil. “Nós imóveis que desocuparemos poderemos utilizá-los para ampliar a prestação de serviços, o atendimento ao público”
Samu
Na exposição que fez aos deputados, Almeida trouxe um dado importante sobre o Samu: revelou que o Estado está locando 40 ambulâncias e que vai entregar 26 novas em breve. “Buscamos algumas oficinas e conseguimos consertar 28 ambulâncias do Samu que já se encontram com sua idade útil vencida. Autorizei um reparo em um veículo da ordem de R$ 20 mil. Essas 26 novas ambulâncias que serão entregues pelo governador serão distribuídas pela capital e no interior. Teremos também caminhão de vacinação, veículo para o Banco de Leite e 16 motolâncias que estavam jogadas, destruídas e nós recuperamos todas elas”.
Fundações
Já diante de um questionamento do deputado Garibalde Mendonça (PMDB) sobre o futuro das Fundações de Saúde, Almeida Lima não descartou a extinção. “Não demonstram que são necessárias. E quanto aos servidores efetivos e concursados, quero tranquiliza-los porque não há com o que se preocuparem. Eles possuem estabilidade e o empregador deles é o Estado. Todos irão permanecer, mesmo que haja extinção, sem prejuízos e com a mesma relação jurídica”.
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Por Agência de Notícias Alese
Foto: Jadílson Simões