O Sindicato dos Servidores do Detrande Sergipe (Sindetran), informa que os servidores irão para suas atividades nesta quinta-feira, dia 1º de Agosto, e explica alguns pontos :
1 – RUMORES DE SUBORNO Uma acréscimo o capítulo que o Detran/SE ocupa na antologia “Crônicas do jeitinho e outros pecados do setor público”: rumores dão conta de que alguns servidores do Atendimento aos Despachantes (Setad) teriam sido subornados para agilizar a digitação de processos pendentes no referido setor.
A coisa, segundo relatos ouvidos pelo Sindetran, estaria se dando da seguinte maneira: cada processo digitado por um funcionário valeria ao mesmo a quantia de R$ 2,00. A lógica parece ser a do incentivo, no entanto, não passa de corrupção. O dinheiro, afirmam aqueles que fizeram a denúncia, não vem a título de gratificação por produtividade.
Tampouco teria sua origem nos famigerados repasses da Secretaria da Fazenda para o pagamento de diárias: dizem que a remuneração estaria sendo entregue em mãos, na hora, “na lata”, sem burocracia e, obviamente, sem rastreamento. Sendo esta denúncia verdadeira, não haveria aí nenhuma surpresa. Há muito, o Detran habituou-se a tratar seus problemas como quem monta um gato.
Por que acabar com as pendências convocando excedentes, melhorando as condições de trabalho, criando incentivos e promovendo a motivação entre assistentes e vistoriadores, se um arranjo inconsequente resolveria rapidamente e sem grandes despesas o caso? Perguntamos: se essa história for real, qual terá sido a fonte monetária? O que Bosco Costa e seu diretor e gerente de atendimento dirão a respeito disso? Qual o envolvimento do coordenador do Setad? Quantos dias a “operação” durou/durará? Onde anda a dignidade de quem aceitou o suborno?
Por que não lutar por ganhos futuros e certos e recusar promessas vazias e propostas ilegais, imorais e deprimentes? Existem mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia, escreveu Shakespeare. Imaginem o estarrecimento do bardo inglês se ele tivesse conhecido o Detran. A Dinamarca de seu príncipe louco, aquela com algo de podre, encontraria na autarquia sergipana um grande rival em termos de odores desagradáveis.
2 – FAÇA CHUVA OU FAÇA SOL, A LUTA CONTINUA
Cadeiras novas. Foi com certo ar de “pelo menos este dever nós cumprimos” que o diretor de atendimento anunciou a compra e entrega de novos assentos para os servidores lotados nas unidades de atendimento do interior. Um “pelo menos”, de fato.
Realmente, para quem ficou anos utilizando cadeiras sem encosto, caindo de velhas, isto representa algum avanço. Mas, de forma geral, não passa da velha habilidade que os nossos políticos desenvolveram com cinismo exemplar: maquiar a realidade. Surpreende-nos que essa atitude ainda não tenha sido vendida como mais uma épica e generosa tomada de decisão para beneficiar o quadro de funcionários do Detran.
Ainda aguardamos as melhorias estruturais, o aumento do salário, a convocação dos excedentes, a capacitação profissional da categoria, o fim da contratação irregular de estagiários e a extinção do pagamento ilegal de diárias. De maneira que seguimos inconformados. A paralisação do chuvoso 25/07 e seu satisfatório resultado foi um sinal de nossa indignação.
Contudo, estes senhores eleitos pelo povo não possuem a habilidade de ler sinais. Enclausurados em seus gabinetes, não desenvolvem a sensibilidade para lidar com quem os legitimou (isso se já não chegam corrompidos ao poder: sabemos que a publicidade consegue transformar lobos em cordeiros).
Seja como for, nossa luta segue! Continuaremos protocolando pedidos de audiência no Palácio dos Despachos, seguiremos paralisando. Cruzemos os braços novamente em 01/08 (próxima quinta-feira).
Dessa vez, cada um deverá se dirigir para a sua unidade de lotação. Enquanto isso, Jackson Barreto, que não demonstra nenhum interesse em dialogar conosco (lembram-se que ele prometeu uma audiência e que até agora não cumpriu com sua palavra?), decidiu finalmente agir como governador de fato. Fez lá os seus cálculos políticos, travou diálogo com figurinhas da oposição, tirou e colocou gente em determinadas pastas, desagradou Déda e definitivamente passou a tratar 2014 como um fato.
Vice-governador, governador em exercício: Jackson cansou dessas denominações, ele agora quer ser o chefe maior do estado escolhido na urnas. Em suma, sua agenda dos últimos dias demonstra o que todos nós estamos cansados de saber: não falta tempo para a população e o funcionalismo público, falta interesse.
Protestos e reivindicações são coisas que impedem os nossos ilustres governantes de cumprirem com eficácia o que verdadeiramente definirá os seus mandatos, ou seja, atuar como gerenciador de interesses empresariais e garantir coalisões sólidas.
3 – O QUE VIMOS NO INTERIOR EM EMPREENDIDAS EM 22 e 24/07 ÀS CIRETRANS
O relato é de nosso diretor de contabilidade, Vando Oliveira: “Em Estância e Carmópolis, o principal problema é a falta de funcionários. Em Lagarto, a situação é preocupante: falta segurança, EPI, conforto para a população.
Em Itabaiana, como alarda a diretoria de atendimento, um novo prédio para a Ciretran está sendo providenciado, mas deveria ser para ontem e não para 2014, ano de politicagem. Em Glória, não há acessibilidade e estrutura que atenda a demanda, e a vistoria não tem cobertura que proteja os servidores do sol e da chuva. Por fim, em Propriá, some todos os problemas relatados com o ambiente afastado da cidade e teremos a situação mais degradante de todas.”
4 – UNIDADE SEM COORDENAÇÃO Em duas das unidades de atendimento que visitamos em 24/07 na capital, constatamos a ausência de coordenadores. Sabe-se lá onde estavam, o fato é que por não marcarem presença, eles acabaram dando origem a situações desconfortáveis. No Ceac Rodoviária, houve clientes reclamando e assistentes de trânsito sem a autoridade para ajudá-los.
Na Zona Oeste, o que se diz é que em determinados dias da semana, a chefe abandona momentaneamente seu setor para exercer em horário normal de trabalho outra atividade pela qual o Detran a remunera (adivinhem como): a fiscalização de autoescolas.
No Ceac Riomar, servidores reclamam da sobrecarga provocada pela falta de empenho e atitude da responsável dali. Comenta-se que alguns funcionários de lá já teriam recebido diária para fazer o que caberia à sua coordenação. O Sindetran não sustenta tais afirmações, não obstante, exigimos que elas sejam investigadas.
Atenciosamente,
Ascom Sindetran.