Os servidores estaduais de Sergipe iniciaram hoje (26) uma série de três manifestações que serão realizadas nos próximos dias na luta por reposição salarial e pelo pagamento dos salários em dia. O ato aconteceu na manhã desta quarta-feira na sede da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário do Estado (Emdagro).
Amanhã, 27, o ato será na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e, na sexta-feira (28), na frente do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE). No dia 1º de agosto, às 8 horas, no auditório do Sindicato dos Bancários, haverá uma assembleia unificada de seis categorias do serviço público estadual com indicativo de greve por tempo indeterminado.
CRÍTICAS
Hoje pela manhã, representantes sindicais de várias categorias, entre elas, da Emdagro, da Educação, da Saúde e do Fisco, participaram da manifestação que contou o apoio da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Sergipe (CTB-SE). Eles criticaram o governo do Estado que não concede reajuste salarial há quase cinco anos, paga os salários com atraso e ainda parcela os vencimentos de aposentados e pensionistas.
“Não podemos aceitar passivamente essa situação. Caso necessário, vamos paralisar nossas atividades para quebrar essa intransigência e essa insensibilidade do governo estadual”, disse Paulo Pedrosa, presidente do Sindicato do Fisco de Sergipe. Segundo ele, não há justificativa financeira para que o governo trate os servidores dessa forma.
ARROCHO SALARIAL
Pedrosa lembrou que, em 2015, os servidores fizeram mobilizações semelhantes, o governo se dispôs a criar uma comissão com a participação dos sindicatos e, até hoje, nenhuma reunião foi realizada. “Essa é uma prova cabal que o governo não tem argumento para justificar o arrocho salarial que implementa contra os servidores”, enfatizou.
Para Érica Leite, da direção do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público (Sintrase), a inexistência de reajuste salarial causa um impacto negativo no orçamento dos trabalhadores que amargam mais de 30% de perdas nos últimos cinco anos. “E o governo não apresenta nenhuma perspectiva de negociação”, salientou.
ASSEMBLEIA
Os dirigentes sindicais conclamaram os servidores a participarem da assembleia conjunta para fortalecer o movimento reivindicatório das categorias. Paulo Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Emdagro (Sinter), disse esperar que a categoria atenda ao chamamento feito pelas entidades.
“Precisamos mostrar a nossa força para o governo, mostrar que estamos organizados e que precisamos ser bem tratados”, afirmou. Para ele, falta ao governo planejamento e prioridade em todas as áreas, seja na agropecuária, na saúde ou na educação. Adêniton Santana, presidente eleito da CTB-SE, criticou a inércia do governo. “O vice-governador ficou de se reunir com os sindicatos no dia 20 de julho e, até hoje, nada. Ficar cinco anos sem reajuste salarial é algo inconcebível”, disse.
Por Niúra Belfort – CTB-SE