Pacto firmado na Superintendência Regional do Trabalho prevê retorno de todos direitos retirados; expectativa é que saída de diretor presidente deve se efetivar em até trinta dias Após o ato histórico de paralisação da TV Sergipe, afiliada da Rede Globo, realizado no último dia 4/4, e que abriu o canal de diálogo direto com os seus acionistas, e após intensas negociações realizadas dentro e fora da emissora, sindicatos, trabalhadores e a empresa chegaram a um acordo que deve pôr fim ao péssimo clima que vinha tomando conta do Canal 4.
Em duas reuniões subsequentes entre representantes da TV Sergipe e dos sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas – a primeira, na segunda-feira 11, com Albano Franco, um dos acionistas da TV Sergipe; a outra, na terça-feira 12, realizada na Superintendência Regional do Trabalho, com prepostos da emissora –, chegou-se a um termo de compromisso que estabelece o retorno do pagamento correto das diárias e das gratificações; retorno do turno de 6 horas para os motoristas das equipes de reportagem; fim do banco de horas e retorno do pagamento das horas-extras; volta da fixação da escala de trabalho com 30 dias de antecedência; volta do transporte do centro para a TV e do pagamento em quinzenas; e respeito à liberdade sindical.
Ficou pactuado também, que não haveria qualquer perseguição, represália ou demissão para os funcionários que aderiram ao movimento de paralisação. Quanto à substituição do atual diretor presidente, Paulo Siqueira, pivô da crise que se estabeleceu na emissora, os acionistas pediram um prazo maior para que a mudança se efetive.
Aprovação Em assembleia dos trabalhadores da TV Sergipe que lotou o auditório do Sindicato dos Radialistas, a categoria aprovou o acordo firmado entre os sindicatos e a empresa, e fica no aguardo da substituição de Paulo Siqueira. “Foi uma grande vitória dos trabalhadores. Agora, o caminho está aberto para que a emissora volte à sua normalidade.
Há que se parabenizar também os acionistas da emissora, que tiveram a sensibilidade de dialogar e de compreender que do jeito que estava, a TV Sergipe iria a pique, porque os funcionários já não tinham mais condições de trabalhar com tranqüilidade, em face do clima de terror que o senhor Paulo Siqueira impôs”, afirma George Washington Silva, presidente do Sindicato dos Jornalistas.
Sobre a saída do atual diretor presidente, Washington diz que compreende a posição dos acionistas e que seria mesmo complicado sua saída de imediato. “Mas deixamos claro para os acionistas que a paciência dos sindicatos e dos trabalhadores tem limite, e ela se encerra em trinta dias.
Quando uma seleção formada por craques deixa de ganhar em campo, o que é melhor, trocar todos os craques ou o técnico? Óbvio que o técnico, e o mais rapidamente possível”, completou. Fernando Cabral, presidente do Sindicato dos Radialistas, comemorou o resultado positivo do movimento. Para ele, o momento é de manter a vigilância e cobrar o efetivo cumprimento do acordo firmado com a emissora.
“O movimento ‘Fora Paulo Siqueira’ vai continuar. Vamos continuar vigilantes. Mas é fato que já sentimos que as coisas estão voltando à normalidade na emissora, com o cumprimento de quase tudo o que esse gestor havia retirado dos trabalhadores com toda a sua arrogância”, disse. “Para nós, ele foi o responsável por esse clima de insegurança que se estabeleceu na TV Sergipe e ele é quem deve sair, o quanto antes. Vamos aguardar a sua substituição. Demos um prazo bom aos acionistas. Caso esse prazo se esgote, não tenham dúvida que o movimento se reacenderá, com toda força”, alertou, ainda, Cabral.
Para Dida Araújo, funcionário da emissora e liderança entre os trabalhadores, o mais importante é que o movimento, que sempre pleiteou “salvar a TV Sergipe”, mostrou-se vitorioso. “Todos nós amamos essa emissora e daremos tudo de nós para que ela seja o que sempre foi, um exemplo de qualidade e de respeito aos seus trabalhadores. Ninguém está aqui brigando por melhorias salariais ou outros ganhos, mas por respeito aos nossos direitos e para preservar a história da emissora. Vamos dar esse voto de confiança aos acionistas para que eles substituam o atual diretor presidente o quanto antes, porque ninguém mais quer trabalhar com ele. Não há clima”, ressaltou Araújo.
Por: SINDJOR (Crédito das fotos: Cléverton Ribeiro)