Mais uma vez é o momento não somente de lutar pelo direito dos trabalhadores do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJSE), mas também de tentar provocar um debate público sobre o papel do Judiciário. Essa tentativa de ampliação de debate, inclusive, tem sido a tônica das últimas campanhas do sindicato.
Precisamos ponderar e analisar a respeito de como as consequências das decisões da cúpula elitista deste Poder afeta cidadãs e cidadãos, trabalhadoras e trabalhadores. Por isso, o mote da campanha de 2017 ser “A Casa da Justiça tem Telhado de Vidro. Juízes acima do teto, trabalhadores abaixo do piso”.
É necessário calibrarmos nossas opiniões nos questionando: O que pensam as pessoas sobre o real senso de Justiça deste Poder? Equilíbrio é uma das palavras que caracterizam as decisões quando os pleitos são dos trabalhadores ou das minorias?
Acreditamos que em relação a esse senso de Justiça, a percepção dos demais trabalhadores sobre a cúpula do Poder Judiciário é igual ao sentimento do trabalhadores que atuam dentro do TJSE. A Casa da Justiça tem Telhado de Vidro porque paga remunerações milionárias a juízes e desembargadores e, nesse ato, desrespeita o teto constitucional.
A Casa da Justiça tem Telhado de Vidro porque deve ser a guardiã da Constituição, mas novamente a desrespeita quando não repõe a inflação no salário de seus servidores efetivos, que já acumulam perdas de 8,36%.
A Casa da Justiça tem Telhado de Vidro porque justifica como economia o fechamento de 25 fóruns no interior do Estado, mas continua dando auxílio moradia de mais de R$ 4 mil reais para juízes que ganham mais de R$ 30 mil, enquanto a população sem teto, fruto da desigualdade econômica brasileira, sofre despejos autorizados pelas mãos desses próprios juízes.
A Casa de Justiça tem Telhado de Vidro porque gasta mais de R$ 35 milhões anuais com cargos em comissão e funções de confiança, enquanto desvaloriza a entrada por concursos e a própria carreira de servidores efetivos. A Casa da Justiça tem Telhado de Vidro porque gasta mais de R$ 90 milhões com o pagamento do PAE (Parcela autônoma de Equivalência) enquanto criminaliza movimentos sociais e censura jornalistas e agentes da lei.
Fonte: Sindijus