No início a Secretaria de Estado da Educação comemorou o número de professores inscritos para o Processo Seletivo Simplificado para as escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Matérias foram ao ar em rádios, televisões e foram veiculadas em jornais sobre os milhares de escritos.
Mas pelo visto nem tudo é tão bom quanto a propaganda do gestor da SEED, pois no último dia 22 de maio, a SEED publicou Edital nº 12 abrindo vagas de lotação temporária para as escolas do ensino médio em tempo integral. O documento justifica o convite devido ao não preenchimento de vagas após os editais nº 05 (por processo seletivo) e nº 09 (por convite).
Enquanto as 27 vagas (de disciplinas como Sociologia, Física, História, Arte, Biologia, Filosofia, Matemática e Espanhol) não são preenchidas os estudantes de 14 escolas onde a modalidade foi imposta pela SEED estão sem aulas destes componentes curriculares.
Para o SINTESE, o não preenchimento das vagas demonstra que os educadores perceberam que não há só vantagens (como a SEED propagandeou) em ser professor das escolas de Ensino Médio em Tempo Integral.
Ao avaliar o modelo, o sindicato tem alertado os professores que a SEED não respeita a autonomia do professor (quando diz que o projeto político pedagógico deve ser feito pelo comitê gestor e não por toda a comunidade escolar), também não respeita a lotação do educador (a) (direito também garantido pelo Estatuto do Magistério).
Isso sem contar que mascara a desvalorização do magistério, pois ao conceder uma gratificação de 100% do vencimento inicial ao professor não é suficiente para recuperar as perdas dos anos (2012, 2015, 2016 e 2017) em que o reajuste do piso não foi cumprido na carreira, sem falar que cria um grupo de educadores que, a princípio, podem parecer privilegiados mas não são.
Apesar da propaganda, o modelo de ensino médio em tempo integral imposto pela SEED nas atuais 18 escolas é excludente não somente para os estudantes, mas também para os professores.