Acidentes, crimes, movimentos suspeitos, problemas de saúde, congestionamentos… Nada escapa às lentes atentas das câmeras do Circuito Fechado de TV (CFTV) da Secretaria de Estado da Seguraça Pública. Em tempo integral, 24 horas por dia, elas captam toda movimentação das ruas e, em tempo real, ajudam a acompanhar as ocorrências, permitindo que os operadores do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) orientem o trabalho de policiais, bombeiros e integrantes de outros órgãos de trânsito e emergência.
Em funcionamento desde abril de 2009, o CFTV dispõe hoje de 25 câmeras instaladas nas ruas da cidade, sendo 16 no Centro e nove na Avenida Francisco Porto e ruas adjacentes. Elas são posicionadas em esquinas dos principais cruzamentos das regiões, que registram maior movimento e proporcionem um maior alcance de visão.
As imagens captadas por elas são enviadas para uma central de monitoramento que funciona na sede do Ciosp, na Avenida Maranhão, zona norte da capital. Nela, quatro equipes com até sete pessoas cada operam o funcionamento das câmeras. “Essas pessoas visualizam as imagens e buscam as ocorrências que se dão naquele local. Assim que ela é vista, ela é repassada imediatamente ao Despacho, de onde os policiais e bombeiros controlam o envio de viaturas e equipes aos locais das ocorrências. Esses policiais também podem ver as imagens da própria sala e acionar as viaturas por conta própria”, explica o assessor-geral de projetos especiais da SSP, Bruno Cahino.
Este acompanhamento permite que os policiais sejam ajudados até mesmo nas abordagens aos suspeitos. “As câmeras nos ajudam a monitorar à distância os locais onde os crimes ocorrem e por elas conseguimos visualizar os suspeitos, o que dá a possibilidade de orientar os policiais que vão ao local. Quem monitora pode acompanhar essa abordagem e passar informações aos policiais”, diz o diretor-adjunto do Ciosp, major Elias Linhares.
Um exemplo disso aconteceu quando uma das câmeras avistou quatro adolescentes usando drogas na Ponte do Imperador, um dos cartões postais do centro da capital. As imagens mostraram a chegada de uma quinta pessoa e o instante em que o grupo começa fazer pichações. Uma equipe da Polícia Militar é mandada ao local e, durante a abordagem, é avisada pelo Ciosp que um dos suspeitos escondera um objeto na marquise da ponte. Orientados, os soldados acharam uma faca. Nas mochilas, também são encontradas navalhas, facas de serra, pincéis e outros objetos. Três dos adolescentes são apreendidos e levados a uma delegacia.
O major Linhares acredita que as câmeras ajudam no policiamento preventivo pois, segundo ele, a presença delas inibe a ação dos marginais e facilita os trabalhos de repressão e fiscalização. No entanto, ele aponta outra função importante: o fornecimento de provas para investigações policiais e os conseqüentes processos judiciais. “As imagens das ocorrências que são registradas acabam funcionando como peças investigativas. Há muitas solicitações de delegados da Polícia Civil que pedem cópias destas gravações para subsidiar as investigações e os inquéritos policiais”, revela o diretor, apontando que o número de pedidos vem aumentando, por conta da credibilidade do trabalho realizado.
Acidentes
Os fatos registrados são variados, passando por pequenos furtos, infrações de trânsito, consumo e venda de drogas ou mesmo prática de sexo em via pública, que constitui-se em um delito de atentado ao pudor, punido pelo Código Penal. São fatos corriqueiros, mas há também o registro de fatos graves, a exemplo dos acidentes de trânsito.
Em um deles, no dia 29 de outubro, um motociclista foi atropelado por um carro de passeio na esquina das avenidas João Rodrigues e Simeão Sobral. A vítima ficou em cima do capô do veículo por alguns metros e depois foi jogada ao chão. A cena impressionou pelo impacto e mobilizou os monitores do Ciosp. Estes acionaram imediatamente uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para socorrer o motoqueiro, que ficou muito ferido.
O assessor-geral Bruno Cahino informa que em casos de acidentes de trânsito ou bloqueio de vias, o Ciosp identifica a ocorrência por meio do local onde a câmera está instalada e informa o fato diretamente ao Samu e à Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), além de acionar a própria PM e o próprio Corpo de Bombeiros, caso seja necessário.
Nova etapa
Para o primeiro semestre de 2011, está prevista a implantação da terceira fase do projeto, quando outras 14 câmeras serão instaladas na área comercial do bairro Siqueira Campos, um dos mais importantes da zona oeste da capital e conhecido pela intensa atividade de lojas e casas de comércio e serviços. “Nos próximos meses, os equipamentos entrarão na fase de testes e, ao entrarem em funcionamento, serão integrados à central de monitoramento já existente no Ciosp”, detalha Cahino.
Outro projeto é implantar um banco de estatísticas que permitirá o cadastramento, tabulação e produção de dados sobre as ocorrências registradas pelo CFTV. O objetivo, segundo Bruno, é permitir uma melhor análise e planejamento sobre o serviço fornecido pelo sistema.
Fotos: Allan de Carvalho/SSP
Fonte: Ascom SSP/SE