A superintendente da Polícia Civil de Sergipe, delegada Katarina Feitosa, conversou com a reportagem do Imprensa1 sobre o caso do suposto abuso sexual de crianças entre seis e 11 anos, na cidade de Itaporanga D’Ajuda. De acordo com relatos das meninas, a mãe seria a responsável por “alugar” as jovens para que vários homens cometessem o estupro. Durante a entrevista realizada nesta sexta-feira, 18, a delegada deixou claro que os fatos contados pelas jovens não seguem certa lógica.
“Estamos investigando o caso e as coisas não se apresentam como as meninas disseram”, frisou. Outro item apontado pela delegada está no fato de que não existem ligações para o disk denúncia que relatem a movimentação suspeita na fazenda. “Não temos disk denuncia que fale dessa movimentação estranha, sabemos que se trata de uma fazenda em povoado pequeno e ordeiro. Não estou aqui fazendo juízo de valor se existia ou não essa rede de pedofilia e orgia. O que digo é que, com a minha experiência, estou achanado tudo muito estranho e estamos fazendo investigação criteriosa para apurar todos os fatos”, ressaltou.
Segundo ela, o que estão tentando passar para a sociedade é que a cidade de Itaporanga vive em estado de terror. “Não vamos comprar a ideia de que em Itaporanga está instalado o terror onde crianças vinham sendo abusadas sexualmente e enterradas vivas e utilizadas para isso ou aquilo. Temos que ter cautela e responsabilidade com o que fazemos e falamos”, destacou.
A delegada aproveitou para fazer apelo à sociedade sergipana para que a população espere os desenrolar das investigações. “Temos que ter muita calma e tranquilidade porque não podemos fazer julgamentos antecipados e nisso é de uma irresponsabilidade muito grande. Não vivemos em um estado de terror, vivemos em um estado democrático de direito e a justiça deve prevalecer e quem tem que dizer a responsabilidade e culpados, é a Justiça”, completou.
“Temos muita preocupação e fazemos apelo porque investigamos fatos e não pessoas. Os fatos vão nos levar a uma autoria. Tudo isso pode ser verdade, como pode ser mentira. Temos que ter responsabilidade no que passamos adiante, porque são as vidas das pessoas que estão em jogo e a Justiça vai ser feita”, completou Katarina.
Outro ponto de preocupação da delegada está na exposição que as crianças estão sendo submetidas. Para Katarina, elas estão sendo expostas irresponsavelmente. “Estão sendo expostas e maculadas e isso fere frontalmente o direito da criança e do adolescente, por isso não divulgamos investigações que falam de abuso sexual contra crianças e adolescentes”, disse.
Por Bruno Almeida