Enfrentar uma doença nova, sem tratamento específico e que reage de maneiras diferentes em cada pessoaa, como a covid-19, é um grande desafio, que requer uma infraestrutura hospitalar e atenção médica adequadas. Na capital sergipana, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), investe para assegurar à população essas necessidades, um trabalho que tem resultado em número expressivo de vidas salvas, como a da costureira Ana Maria Bispo, do motorista Marcos Santos, e do porteiro Etevaldo Santos.
Até a noite do último domingo (18), 6.321aracajuanos que estavam infectados já se recuperaram do coronavírus, de um total de 11.270 casos registrados. Outras 4.478 pessoas estão em isolamento domiciliar.
O esforço cotidiano da gestão, assim como o empenho de todos os profissionais que atuam na rede de saúde do município fizeram de Aracaju, de acordo com o levantamento elaborado pelo Programa Cidades Sustentáveis (PCS), registrar, até o momento, a quarta menor taxa de letalidade do coronavírus entre as capitais. Atrás apenas de Campo Grande, Florianópolis e Palmas.
São histórias de superação como a da costureira Ana Maria Bispo, mãe de três filhos, que esteve internada por dez dias. “Eu sentia fraqueza, dor de garganta, muita febre e falta de ar. Então, fiquei internada dois dias no Augusto Franco e depois fui transferida para o hospital de campanha. Eu fui muito bem tratada, até um telefone para que eu pudesse falar com a minha família eles conseguiram. Isso fez toda a diferença, porque ficar sozinha, com os pensamentos tristes que tinha, não estava me fazendo bem”, conta.
Ciente de que corria um risco ainda maior por conta da idade e da hipertensão, Ana Maria ficou assustada a ponto de não querer nem mesmo procurar ajuda médica, mas acabou cedendo, o que salvou a sua vida e garantiu a alegria de seus familiares. “Eu imaginava que seria internada e não sairia mais, por isso nem queria ir para o hospital no início. Mas meu irmão me convenceu e acabou dando tudo certo. Quando eu soube que poderia sair, gritei tanto de felicidade, sabia que veria meus filhos novamente, foi maravilhoso”, diz emocionada.
O medo também foi a sensação que dominou o motorista Marcos Santos, 61 anos, que esteve internado por seis dias. Segundo ele, os primeiros sintomas foram dor no corpo, calafrios e uma febre bem alta.
Foi quando desconfiou que podia estar com o coronavírus, mas não aceitou a suspeita de imediato. “Ainda tomei remédio em casa, mas não teve jeito e fui no Augusto Franco [UPA Fernando Franco]. O médico que me atendeu achou que era covid e me transferiu para o hospital de campanha. Eu fui um dos primeiro internados, logo quando inaugurou. Fiquei impressionado com o tamanho da equipe que me acompanhou e a estrutura também. Não imaginava que seria assim no SUS”, relembra.
Desde que recebeu o diagnóstico sua angústia era que o pior ocorresse e sua família não tivesse a quem recorrer, no entanto, a sensação tornou-se apenas uma memória difícil. “Quando eu recebi alta não conseguia parar de chorar, porque eu passei esse tempo todo com muito medo, por mim e minhas família. A gente vê as notícias, né? Pensava o que seria deles sem mim, mas graças ao meu bom Deus deu tudo certo”, afirma Marcos.
No caso do porteiro Etevaldo Santos, 28 anos, a atenção que recebeu da equipe que o tratou foi especialmente marcante. Nos três dias que passou internado chegou a conclusão de que foi cuidado por anjos. “Eu tive todo o acompanhamento necessário. Os profissionais, dos médicos ao pessoal da limpeza, me trataram com muita atenção e cuidado. Eu costumo dizer que são anjos que atendem a gente por lá, pessoas que realmente se importam. Por isso, todos os que estão envolvidos com o que é feito estão de parabéns. Estão salvando vidas”, ressalta.
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Por: TIRZAH BRAGA