No dia em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher, uma data alusiva à reflexão das lutas, conquistas e desafios acerca da valorização e papel da mulher na sociedade, a vereadora Kitty Lima (Rede) e outros quatro vereadores foram alvos de duras críticas por parte do vereador Professor Bittencourt (PCdoB), líder da situação na Câmara Municipal de Aracaju (CMA).
Durante seu discurso no plenário da CMA nesta quinta-feira, 08, Bittencourt disse que a sessão ocorrida na quarta-feira, 07, quando cinco vereadores (Kitty Lima, Emília Corrêa (PEN), Lucas Aribé(PSB), Américo de Deus (Rede) e Cabo Amintas(PTB)) garantiram quórum mínimo para abertura da sessão que deu início ao prazo para instauração das CPIs do Lixo e da Saúde na CMA, se tratou de “uma Ópera de Bufões com atores canastrões”.
“A sessão de ontem foi um espetáculo do ponto de vista da negatividade, com atores ruins e uma opera aos moldes da antiguidade daqueles que não tratavam as coisas com seriedade. Ou seja, não existiu seriedade naquele comportamento dos colegas”, disse o parlamentar.
Para a vereadora Kitty Lima, o posicionamento de Bittencourt demonstrou desrespeito aos cinco parlamentares que apenas exerceram seu papel em defesa do interesse da população de Aracaju.
“Me senti desrespeitada e estou indignada. No dia em que esta Casa deveria debater projetos e políticas públicas voltadas ao bem estar e à valorização da mulher, o que vi hoje foi apenas ofensa. Me chamar de atriz, nesta conotação que ele deu, é dizer que eu não fui autêntica, que fui dissimulada. Lamento muito que o vereador tenha se posicionado dessa forma porque isso demonstra um grande desrespeito aos colegas parlamentares e, sobretudo, a mim e a vereadora Emília Corrêa em pleno Dia Internacional da Mulher”, desabafou Kitty bastante emocionada.
“O pronunciamento de Bittencourt foi de uma infelicidade tão grande, de uma baixeza chamar os vereadores de canastrões que significa cara de pau, farsante, quem não tem conhecimento daquilo que está fazendo. Isso certamente revela um pouco do vereador. Se referir a mim e à vereadora Kitty dessa forma é um desrespeito. Gostaria de dizer ao vereador que eu não tenho script a seguir, como ele tem o script do Executivo a seguir”, disparou a vereadora Emília Corrêa.
Entenda
O caso teve início na terça-feira, 06, quando por volta das 22 horas os vereadores foram comunicados que no dia seguinte não haveria sessão ordinária em virtude do falecimento do marido de uma antiga servidora da Casa. No entendimento dos cinco parlamentares, houve tempo hábil para prestar solidariedade à família da servidora e cumprir com os compromissos parlamentares daquele dia.
“Eu acordei cedo e fui até o velório, onde prestei toda a minha solidariedade à Lenilda Martins, uma pessoa muito querida e amada por todos nós aqui da Câmara nesse momento de dor. Ainda assim consegui chegar ao plenário da Câmara antes das 9h15, quando encontrei os colegas aqui para iniciarmos a sessão. Lamentavelmente muitos não compareceram, mas mesmo assim tivemos quórum para abrir a sessão e assim fizemos”, pontuou Kitty.
De acordo com o artigo 117º do Regimento Interno da CMA, que versa sobre as sessões ordinárias, elas serão abertas “com a presença de no mínimo cinco vereadores”, regra que foi respeitada pelo grupo.
“Infelizmente a presidência cancelou a sessão ocorrida na quarta-feira quando demos o primeiro passo para instauração das CPIs. Nesta quinta-feira o Plenário foi esvaziado e não conseguimos quórum para analisar as pautas do dia. Estou decepcionada com todo esse comportamento e manobras que estão sendo feitas porque quem mais sofre com isso é a população”, lamentou Kitty.
Para o vereador Lucas Aribé, tanto o cancelamento da sessão, quanto a desconsideração da que aconteceu, não condiz com o regimento da Casa.
“De qualquer forma, independentemente de reconhecer ou não a ação dos cinco vereadores, o presidente Nitinho manteve o prazo que ele mesmo havia garantido para instaurar as CPIs. No final das contas, isso é o que de fato importa, por se tratar de um anseio da população”, comemorou Aribé.