“Prefeito João Alves Filho, os médicos faltosos protegidos pela administração devem ter o ponto cortado”, foi com esse pedido que a vereadora Lucimara Passos (PCdoB), usou a Tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), nesta quinta-feira, 28/8. A parlamentar ressaltou que a implantação dos pontos eletrônicos nas unidades de saúde do Município não surtirá o efeito desejado, se o próprio Executivo Municipal continuar protegendo uma minoria de médicos.
“Se continuar passando a mão na cabeça, de nada vai adiantar. O que existe é um número menor de médicos protegidos pela administração. É essa minoria que precisa ter o ponto cortado. Temos que exigir o corte do ponto dos faltosos”, ressaltou Lucimara. De acordo com ela, somente dessa forma vai haver moralização na Saúde. “Quando isso acontecer, o número de faltosos vai cair. Tem uma imensa maioria de profissionais que é comprometida com a Saúde e que se desdobra para cobrir o trabalho de quem faltou”, frisou.
Para Lucimara, os médicos faltosos não são os únicos culpados. “De quem é a responsabilidade de cumprimento? É da administração. É necessário que se acabe com a prática de abonar faltas na hora do pagamento. Não podemos aceitar que essa minoria e a Prefeitura continuem prejudicando a população dessa forma”, assegurou.
Kit anti-homofobia
A parlamentar aproveitou o seu pronunciamento para lamentar a atitude do colega de Parlamento, Agamenon Sobral (PP), que criticou a cartilha anti-homofobia desenvolvida pelo Ministério da Educação (MEC) e derrubada pela presidente Dilma Rouseff (PT), após diversas críticas da bancada cristã. “Minha inquietação não me permite calar diante de certas atitudes que, na minha avaliação, são preconceituosas e precisamos trabalhar para desconstruir e impedir que algumas violências continuem crescendo”, ressaltou.
De acordo com Lucimara, ao fazer menção a uma certa cartilha gay, o colega fez de forma negativa. “Foi falado em um tom carregado de preconceito. “O kit homofobia foi construído a muitas mãos e que falava da vida de hoje, de doenças sexualmente transmissíveis, de música, teatro e de como colocar a camisinha. Sabemos a importância de começarmos a abordar essas questões desde a infância para que usemos a educação como instrumento de redução do preconceito e evitar comportamentos violentos no futuro, em função de abordagens incorretas e cheias de preconceito”, completou.
Em aparte, o vereador Dr. Agnaldo (PR) afirmou ser contrário a qualquer tipo de preconceito. “Não cabe mais esse tipo de atitude. Não podemos discriminar ninguém pela sua orientação sexual. Com relação aos pontos eletrônicos, se há uma minoria que é acobertada, preciso de nomes. Denunciar só por denunciam não vale. Dê nomes aos médicos que a administração vai tomar as providências”, garantiu.
Por Bruno Almeida
Foto: Acrisio Siqueira