Há mais de 120 dias com as aulas suspensas, alguns estados brasileiros começaram a sinalizar a possibilidade de retorno das aulas presenciais. De acordo com Mapa de Retorno das Atividades Educacionais presencial no Brasil, elaborado pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), até a última terça-feira, 4, três estados autorizavam a volta às aulas na modalidade presencial: Amazonas, Maranhão e Rio de Janeiro.
De acordo com o mapa, Sergipe está sem previsão de retorno, já que segue o plano de retomada da economia, e as escolas fazem parte do grupo de atividades especiais com análise diferenciada, mas há discussões internas sobre a possibilidade de retorno às aulas, que poderá acontecer até o final do ano.
Para o vereador Professor Bittencourt (PCdoB), por mais que o retorno das atividades escolares ocorra nos próximos dois ou três meses, ainda não há nenhuma garantia de segurança para a saúde de todos que fazem parte do ambiente escolar.
“Seja na educação básica ou no ensino superior, ainda não temos segurança nenhuma que nos permita apontar essa abertura, mesmo que seja para os próximos dois ou três meses. A preocupação fundamental é com a segurança dos professores que estarão em contato diário com algumas dezenas de pessoas, além dos seus alunos, onde deve haver um cuidado fundamental, tendo em vista que essa grande maioria de crianças e jovens pode contrair o vírus, ter uma situação assintomática e ser um vetor para a própria família e para as pessoas do seu entorno”, pontuou o parlamentar.
Bittencourt é professor de graduação há 25 anos, e pela sua experiência em sala de aula ele sabe bem que o contato professor – aluno é muito próximo, o que torna uma situação de risco para toda a comunidade escolar.
“Eu sou professor, continuo dando as minhas aulas, e sei que é uma situação que estaríamos expondo professores, alunos e toda a comunidade escolar ao risco real. Em sala de aula o contato professor – aluno é muito próximo. Têm salas que possuem uma média de 30 alunos, outras que possuem até 50 alunos por turma ou mais. Portanto, é uma situação de risco, tendo em vista que não temos nenhuma segurança que impeça a possibilidade de transmissão e contaminação”, ponderou.
Ao longo desses quatro meses sem aulas presenciais, mais de 154 mil alunos da rede estadual estão recebendo suporte educacional através de mecanismos digitais disponibilizados pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Nas 74 unidades de ensino que compõem a rede municipal da capital, cerca de 32 mil estudantes estão sem aula há mais de três meses. Diante disso, a prefeitura de Aracaju lançou o portal “A escola vai até você”, criado pela Secretaria Municipal da Educação (Semed), a ferramenta disponibiliza conteúdo pedagógico qualificado e suporte de monitores para esclarecer dúvidas, o chamado Reforço Pedagógico.
O parlamentar ressalta que entende a preocupação de alguns setores da educação em retomar as atividades, mas esse é um momento em que é preciso garantir a segurança de todos. “Entendo a preocupação de alguns setores da educação, que estão de alguma forma ansiosos com esse retorno, mas é preciso que tenhamos cada vez mais segurança para garantir a saúde de toda a rede envolvida da educação. Sejam alunos, técnicos da área da educação, professores, os profissionais do transporte escolar, toda a rede envolvida nesse universo”, conclui.
Fonte: CMA