A pesquisa, que levou cinco meses para ser concluída, mediu a cotação da maconha desde o Paraguai, até o preço observado em favelas e bairros de classe média alta do Rio.
O Paraguai é, segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) de 2009, o segundo maior produtor de maconha do mundo, com 16,5 mil toneladas por ano. O trabalho levou em conta dados oficiais, como o relatório da ONU, dados de secretarias anti drogas, órgãos de polícia, informações da mídia, e pesquisas com usuários, explicou o economista Julio Purcena, responsável pelo levantamento.
Diretor do Viva Rio, Rubem Cesar Fernandes ressalta que, no caso das vendas de tabaco, a variação do preço do produto chega a, no máximo, 39 vezes, desde o cultivo. “A comercialização de maconha é um negócio altamente rentável. Feita num mercado ilícito e sem controle, há um salto de valor enorme”, afirmou.
O risco de vender um produto ilegal é um fator que inflaciona o preço da maconha, mas está longe de ser o principal, opinou Fernandes. Ele lembra que, apesar de o mercado ilegal não pagar imposto, há outros fatores de perda, especialmente as apreensões feitas pela polícia e o pagamento de propina para a liberação da venda da droga.
A ONU estima que o custo da repressão signifique 17% do valor cobrado pelo produto. “Seria o imposto da repressão. Mas o imposto legal é muito mais alto. Não é a repressão que explica o preço, tem a ver com o fato de ser ilegal. O vendedor cobra o que ele quiser. Não existe um comércio legal que seja tão lucrativo.
Se vender maconha fosse legal, seria muito menos rentável”, comentou Fernandes. Foram constatadas ainda variações extremas de preço, devido a interferências externas nas transações comerciais.
O grama da maconha comprado em favelas custa 61% menos, se comparado a preços observados no asfalto, em bairros de classe média.
Por Andréa Lima / imprensa1.com ( com informações do Portal FOLHA)
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
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