A reinauguração do Centro de Convenções de Sergipe (CIC) na última segunda-feira, 09, pelo governador Belivaldo Chagas, ocorrida mesmo com a obra não ter sido concluída, foi um afronte à população sergipana, avalia a deputada estadual e líder da oposição Kitty Lima (Cidadania). A solenidade que marcou a entrega do espaço que permanece impossibilitado para realização de eventos, na opinião da parlamentar, mostra o desespero do governador em entregar uma obra com cinco anos de atraso às vésperas de ano eleitoral.
Com o discurso de que o novo prédio potencializará o turismo de negócios em Sergipe, o governo de Belivaldo Chagas realizou uma cerimônia com a presença de autoridades, dentre elas o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, para “entregar” uma obra que na prática está inacabada. Isso porque a empresa vencedora da licitação para administrar o espaço terá ainda que equipar o local com escada rolante, elevador, móveis dos auditórios e ainda instalar o sistema de climatização. Até a conclusão de todos esses serviços o CIC permanecerá fechado.
Para a líder da oposição, o circo montado pela gestão de Belivaldo Chagas mostra o desrespeito com a população sergipana e escancara a preocupação do governador com o resultado das urnas no próximo ano.
“Mais uma obra inacabada sendo inaugurada e que não é entregue para a população, uma falta de respeito com aqueles que pagam seus impostos. Infelizmente vemos isso acontecer as vésperas das eleições, e no caso do CIC não é diferente. O governador adiantou a entrega de uma obra que sequer poderá ser usufruída pelos sergipanos porque ela não está pronta”, denuncia Kitty.
“É impressionante como em pleno ano de 2021 ainda vemos políticos apostarem nesse tipo de recurso vergonhoso para tentar enganar o eleitorado e fingir que fez algo de positivo em sua gestão. O povo já não cai mais nessa conversa, nessa forma ultrapassada de fazer política”, afirma Kitty.
Em 2019, a deputada Kitty Lima protocolou na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) um Projeto de Lei para proibir a inauguração e entrega de obra pública estadual incompleta ou que, embora concluída, não esteja em condições de atender aos fins a que se destina. O texto nunca entrou na pauta de votação e está parado na Casa, mas caso já estivesse aprovado e a lei em vigor, coibiria inaugurações como a do CIC promovida por Belivaldo Chagas.
“É preciso que as pessoas entendam que obra inacabada não é apenas aquela que falta uma parede, um telhado, uma porta ou muro, mas também aquela que não está pronta para ser usufruída pela população, a exemplo de um posto de saúde que não tem profissionais ou materiais para atender a população, ou uma escola novinha sem professores. Do que adianta construir um prédio com recursos públicos se ele não terá serventia? Isso também é uma obra inacabada”, explica Kitty.
A deputada esclarece que o CIC possui grande importância para a economia sergipana, uma ferramenta para o fomento do turismo de negócios e para a realização de eventos que movimenta uma grande cadeia econômica no estado. Porém ela reforça que deve haver, acima de tudo, respeito à população e compromisso dos gestores com a máquina pública.
“Todos nós sabemos da importância que o Centro de Convenções tem para a nossa economia e como ela movimenta uma série de setores ligados diretamente à nossa economia, mas é preciso que os gestores tenham responsabilidade na administração da coisa pública. Meu pedido é que esse espaço seja entregue o mais rápido possível à população, mas que seja feita da forma correta. Inaugurar uma obra inacabada é querer montar um circo e fazer uma população inteira de palhaços”, afirma Kitty.
Por: Assessoria Parlamentar