Os alunos da Universidade de São Paulo (USP) continuam ocupando o prédio da Administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, onde estão desde a noite de quinta-feira (27).
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar (PM), o policiamento continua no local, mas no momento não há manifestações.
A ocupação começou depois que os alunos entraram em confronto com a polícia, que prendeu três alunos flagrados com entorpecentes no campus.
Foi o primeiro conflito depois que a reitoria assinou um convênio com a PM para cuidar da segurança no campus, há cerca de dois meses.
Em maio deste ano, o estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, foi assassinado dentro do campus. Em nota, o Diretório Central dos Estudantes considerou a atitude da PM de prender os três estudantes “lamentável” e garante que esse não foi um fato isolado. “Nas últimas semanas, desde a assinatura do convênio entre a USP e a Polícia Militar, têm sido frequentes as abordagens nas entradas e saídas de prédios, a entrada de policiais em blocos didáticos sem justificativas e até mesmo a entrada de militares em entidades estudantis”, diz o comunicado.
A entidade convocou todos os estudantes para participar das discussões e da construção de uma saída coletiva para o impasse. “Só será possível avançar caso a discussão sobre segurança no campus e a presença da PM seja feita com mais estudantes das diversas unidades.” Também por meio de nota, a reitoria da USP lamentou os incidentes ocorridos e disse que os fatos serão analisados pelo Conselho Gestor do Campus.
Segundo a universidade, o convênio com a PM foi deliberado pelo conselho, que reúne representantes das unidades de ensino e pesquisa, de institutos especializados e museus, além de representantes dos alunos e de funcionários. “Trata-se, portanto, de uma decisão colegiada, aprovada pela ampla maioria dos representantes da comunidade acadêmica”, dia a nota da universidade.