O senador Laércio Oliveira manifestou preocupação sobre notícias publicadas na imprensa que a Petrobras pretende deliberadamente atrasar para o ano de 2031 a entrada em operação do projeto Sergipe Águas Profundas para evitar o expressivo aumento de oferta de gás nacional que poderia promover a redução do preço do gás no Brasil. “O que é uma contradição porque essa redução é desejada pelo Governo e por todo o setor industrial nacional”, disse o parlamentar, afirmando que Sergipe não pode mais esperar pela implantação do projeto que já está com 10 anos de atraso!
O Senador Laércio Oliveira fez referência também à prorrogação da data de entrega de propostas da licitação da Petrobras para a contratação de dois navios plataformas – FPSO`s para o projeto Sergipe Águas Profundas por 2 meses e meio, o que representou mais um atraso para a implantação do projeto.
Participei, acompanhando o Governador Fábio Mitidieri, de uma reunião com representantes da Petrobras para tratar deste assunto e reafirmar a importância do projeto Sergipe Águas Profundas para Sergipe e para o Brasil.
“Esperamos que o projeto Sergipe Águas Profundas tenha, de fato, a sua implantação mantida em conformidade com o cronograma.
Importante aqui destacar o esforço que o Governo Federal tem feito para viabilizar um aumento da produção de gás nacional e uma redução do seu preço que, nas condições atuais, inviabiliza a maioria das atividades industriais como a química e de fertilizantes”, observou Laércio.
O senador observou ainda que o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, e o seu Secretário de Petróleo e Gás Natural, Pietro Mendes, também presidente do Conselho de Administração da Petrobras, têm feito um enorme esforço para a construção de um cenário que viabilize o programa Gás para Empregar, sendo merecedor de reconhecimento e aplausos.
“Observamos, entretanto, que a Petrobras não está minimamente alinhada com o programa do Governo, conforme se observa nos embates públicos com o próprio Ministério de Minas e Energia. Está mais preocupada em defender interesses corporativos, mantendo o preço do GNL importado como referência para o mercado interno, patamar que inviabiliza as atividades de vários setores industriais. Dessa forma, o mercado de gás natural continuará estagnado, desvinculando totalmente dos objetivos de desenvolvimento do país, ignorando o esforço que o Governo Federal vem fazendo para promover a reindustrialização do Brasil”, afirmou o parlamentar.
Laércio lembrou ainda que, conforme informações da própria Petrobras, o projeto Sergipe Águas Profundas, apresenta dupla resiliência, tanto em custo, respeitando o Brent de equilíbrio de 35 dólares por barril no longo prazo, quanto ambiental, em termos de intensidade de carbono por barril de óleo produzido.
“Vimos ainda com enorme estranheza outra recente notícia publicada na imprensa que a Petrobras estaria contratando o afretamento do FRSU Sequoia da Excelerate, com capacidade de armazenamento de 173 mil m³ e de regaseificação de 23 milhões de m³/dia, para operar por 10 anos no terminal da Bahia. Atualmente ele é operado pela própria Excelerate, através de contrato de arrendamento, decorrente de compromisso firmado com o CADE, que se encerra no fim deste ano”, disse.
O Senador questiona, como justificar esse arrendamento por prazo tão longo se a perspectiva que todo o mercado conhece é de aumento de produção de gás nacional em mais de 50 milhões de m³/dia nos próximos anos, através dos projetos Rota 3, Pão de Açúcar e Sergipe Águas Profundas?
“A média da movimentação do Terminal da Bahia em 2022 foi de 3,34 milhões de m³/dia e no ano de 2023 o volume médio é irrisório, apenas 0,52 milhão de m³/dia, conforme Boletim Mensal publicado pelo Governo Federal. Esses dados reforçam a falta de sentido econômico do afretamento desse navio, lembrando ainda que a Petrobras já tem outro terminal no Rio de Janeiro”, ressaltou.
Por: André Carvalho